“Concurso é uma corrida na qual ganha quem chega primeiro”. Será isso justo? E os portadores de necessidades especiais? E os que enfrentam preconceito desde a infância? Não, não é justo que os concursos sejam reduzidos a uma corrida.
Vejamos essa outra frase: “Concurso é uma guerra na qual quem estuda mais chega na frente”. Bem, que concurso é uma guerra eu não tenho dúvida. Mas será que quem estuda mais realmente chega na frente?
Se fosse assim, quem trabalha desde muito jovem não teria chance de aprovação. Se fosse assim, a lista de aprovados seria composta apenas por filhos de ricos. Mas é incrível como as pessoas de classe social baixa são bem-sucedidas nas provas em geral.
Isso nos leva a mais uma frase, geralmente dita por quem teve chance de estudar, mas a desperdiçou e preferiu acreditar em terra plana: “Concurso é um jogo de cartas marcadas”. Não é mesmo. Com tantos problemas sociais no nosso país, uma das instituições levada a sério é a dos concursos e do Enem.
Quem dispõe de alguns milhares de reais, caso se aventure em meios eletrônicos para fraudar a disputa, vai se dar mal. Isso é crime! E as modernas tecnologias estão muito mais à disposição dos fiscais que dos falsários.
Então, não caia na conversa de aprovação sem esforços nos estudos. A “aprovação fácil” é tão difícil que vira caso de Polícia, com prisão em flagrante.
Imagine a cena: um candidato atrás das grades vendo outros chegando confiantes ao local da prova, porque se prepararam adequadamente. Aí, será tarde demais pensar que a disputa não deve ser fraudada, pois o Sol nasce para todos.
E o que acontecerá nessa disputa, com todos buscando, honestamente, um lugar ao Sol? Ao final desse bom combate, quem ganhar seu lugar ao Sol terá direito à sombra nos momentos em que mais precisar de repouso para reavivar as emergias.
Enfim, o Sol é para todos. Mas a sombra é só para quem merece. Isso não inclui, e nunca incluirá, quem se aventura em caminhos criminosos.
Desejo a todos o caminho do bem. E bons estudos.
José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do Advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.