Desde a Antiguidade Clássica, a História registra casos de homens (e de mulheres) que, mesmo sendo bravos e bravas, vivenciaram momentos de choro (os seus próprios choros ou os dos seus camaradas). Duque de Caxias, por exemplo, de tanto presenciar horrores durante a Guerra do Paraguai, enviou telegrama ao Imperador sugerindo o fim do conflito.
Vejamos outros casos: Ana Néri, enfermeira que se voluntariou para a mesma Guerra do Paraguai, e nela perdeu os próprios filhos. Isso não a abalou e seguiu cuidando dos feridos, o que lhe valeu o título de “a mãe do soldado brasileiro”. Maria Quitéria, que se passou por homem para lutar pela nossa Independência. Quando o pai descobriu isso, pediu ao comandante do quartel que a dispensasse. E este teria dito: “Ela é o melhor homem entre os soldados”.
Então, se até homens e mulheres de luta têm motivos para chorar, você também pode chorar. Foi o que mencionei no artigo do último dia 26 de fevereiro. Porque, na sua jornada rumo ao sucesso, seja no setor público ou privado, você pode fracassar (“pode” no sentido de possibilidade e, também, no sentido de ter esse direito).
Eles têm a capacidade de se colocarem no lugar dos liderados para sentir as emoções e necessidades deles. Sabem ser enérgicos ou generosos nas horas e nas medidas certas. Sabem, enfim, chorar e sorrir. Mas sabem, sobretudo, aprender com esses momentos de alegria ou de tristeza.
E, por assim saberem, alcançam triunfos e levam uma vida com mais sorrisos e menos lágrimas. Você também quer uma jornada de sucesso assim? Então, não espere o sucesso chegar para ser feliz. No caso dos concursos ou Enem, inverta a lógica de ser aprovado para ser feliz. Em vez disso, seja feliz e passe no concurso dos seus sonhos.
Charlie Chaplin, criador do eterno vagabundo Carlito, foi genial no cinema e na música. É dele um dos grandes sucessos de todos os tempos, com versões em vários idiomas. O primeiro verso diz assim: “Smile, though your heart is aching, smile” (sorria, embora seu coração esteja doendo, sorria). Então, siga essa dica do pai do cinema.
Desejo a todos bons estudos.
* Advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 16 Concursos”. Escreve nesse espaço às quartas-feiras.