“De tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Esse é um trecho do protesto de Rui Barbosa, desencantado com os rumos adotados pelos governantes, desde os primeiros tempos de Proclamação de República.
De fato, existem pessoas que temem a pecha de bobas por serem honestas. E, em alguns casos, desistem mesmo da honestidade. Mas, cedo ou tarde, a Justiça comparece na vida de cada um de nós para os necessários acertos de contas. E, se não é a Justiça dos homens a comparecer na nossa vida, a Justiça Divina é infalível.
Quando chega o tempo desse acerto, aí sim: o desonesto se dá conta do quanto foi bobo. Porque, nas palavras de um famoso líder religioso, “se o velhaco soubesse como é bom ser honesto, seria honesto por velhacaria”.
Mesmo assim, persiste no íntimo de várias pessoas a vontade de errar. E, depois de mais de um século do desabafo de Rui Barbosa, o tema “evoluiu”. Nos dias atuais, além dos que sentem vergonha de ser honestos, existem os que se orgulham de ser ignorantes.
É o caso dos que fogem da escola e buscam, desesperadamente, um grupo de pessoas que lhe sejam iguais para suprir a sensação de pertencimento. E crescem nas redes sociais imbecilidades como “a Terra é plana”, “vacina faz mal”, o homem não foi à Lua”, etc. E a mais imbecil das imbecilidades: “escola só serve para alienação”.
Precisamos fazer o caminho inverso. Nas mais simples atitudes, devemos cultivar a honestidade. E, se alguém lhe chamar de bobo, não ligue. O tempo, que é senhor de todas as razões, mostrará quem é o bobo.
Quanto à ignorância, é até difícil acreditar. Mas chegamos mesmo a esse ponto. Ah, quantas pessoas atualmente se orgulham de ser ignorantes, nos dois sentidos da palavra (no sentido de brutalidade e falta de esclarecimentos).
É pelos estudos que nos libertamos desses dois sentimentos. É assim que aprendemos o valor de ser honesto. É assim que nos libertamos da ignorância, que não devia ser motivo de orgulho para ninguém.
E quanto mais estudarmos, mais oportunidades teremos. Isso vale para o setor privado e - por que não? - para os concursos públicos.
A todos eu desejo bons estudos.
*José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras