Quando aceitei o desafio de participar da “Comissão Direito na Escola”, da OAB/MG, imaginei, num primeiro momento, que os voluntários se limitavam a promover simples palestras em escolas de ensino fundamental e médio. Mas o grupo vai muito além disso.

Sob a liderança do Dr. Lucas Andrade, professor de Direito e graduando em Pedagogia, dezenas de advogados estão sendo preparados e formados para lecionar o Direito desde os primeiros anos escolares. Já conscientizamos dezenas de prefeitos sobre a importância desse tema. Daí decorreu que muitos municípios instituíram o Direito como uma das disciplinas ofertadas nos colégios.

Aqui em Minas todas as escolas da rede estadual já contam com o ensino do Direito. Para nós, advogados, isso representa um ótimo mercado de trabalho. Mas o candidato deve ir muito além do conhecimento jurídico. Também precisa ter habilidades para ensinar.

E é justamente isso abordarei no meu trabalho de TCC, a ser apresentado a essa primeira turma de especialização de advogados para o Magistério (saibam mais em www.direitonaescola.com.br). Juntando duas décadas de prática com as lições aprendidas nesse curso, abordarei as dificuldades que os advogados costumam vivenciar na tarefa de ensinar.

A principal delas resulta da ânsia de querer ensinar tudo de uma vez, despejando uma montanha de conhecimentos numa única aula. E logo surgem os comentários entre os alunos: “Ele sabe muito, mas não sabe ensinar”. Então, a partir da pergunta “você quer ser bem-sucedido como professor”, proponho a resposta: “É aprendendo a ensinar que se ensina a aprender”.

Nesse contexto, “conhecimento” é apenas mais um atributo, entre vários, na tarefa de quem pretende ensinar. Existem outras virtudes que os alunos valorizam num bom professor. Quatro delas se destacam. Vejamos:

Carisma

Capacidade de liderar, despertando nos alunos os sentimentos de confiança e empatia. Isso se conquista na primeira aula. Ou, caso contrário, dificilmente haverá outra chance.

Didática

Para não ser descrito com a frase “ele sabe, mas não sabe ensinar”, leve em conta o nível em que os alunos se encontram. Afinal, uma aula para alunos do ensino fundamental não deve ter a mesma abordagem para um público de pós-graduados.

Conhecimento

Somente em terceiro lugar é que os alunos se preocupam com o conhecimento. Então, controle a ânsia de falar tudo que você sabe numa única aula. Organize o plano de ensino de modo que os temas sejam delimitados em cada encontro com os alunos.

Comprometimento

Essa quarta virtude deve ser agregada ao carisma, à didática e ao conhecimento.  Então, evite faltas, seja pontual, mantenha em dia os diários, lançamento de notas, etc.

A todos, de modo especial aos meus colegas do Curso em Docência Jurídica, desejo bons estudos.