Um dos assuntos mais estudados nas ciências humanas diz respeito à complexidade dos problemas decorrentes da modernidade. Sim, é ótimo podermos contar com as novas tecnologias. Mas, se não forem usadas adequadamente, haverá um preço para a nossa saúde emocional.
No filme “tempos modernos”, Charlie Chaplin foi genial. Ele nos fez rir (mas também refletir) sobre temas como a exploração econômica, a exaustão por tarefas repetitivas, o medo do desemprego. E tudo isso no contexto de novos produtos que atendem nossas necessidades, ainda que produzidas artificialmente.
Vivemos na era dos estímulos sensoriais intensos. Em muitos casos eles são meticulosamente pensados para ditar o que devemos vestir, assistir, sentir... enfim, o que devemos consumir.
É nesse contexto que o TDAH - transtorno do déficit de atenção e hiperatividade - pode ser um problema no rendimento escolar de muitas pessoas. E basta uma simples distração para os “médicos e psicólogos formados nas redes sociais” diagnosticarem: “Ele tem TDAH”. E o estigma está formado.
Ora, sem me atrever ao exercício ilegal da Medicina ou da Psicologia, mas na condição de mestre em Ciências da Educação, eu posso garantir que, se você costuma se distrair num mundo com tantos estímulos, parabéns! Você é normal. O patológico seria manter a atenção num único assunto, mesmo com tanta agitação a seu redor.
Não é exagero dizer que todos nós temos algum grau de TDAH (quem não tinha esse transtorno eram nossos tataravós). Portanto, se esse é um problema da modernidade, a solução é bastante óbvia: separar um horário do dia para você se concentrar nos estudos.
Mas muitos estudantes desprezam essa obviedade. Querem estudar, mas também querem ver os gols da rodada, ou quem traiu quem no reality show, ou quantos pontos conseguem marcar num novo vídeo game.
Ah! E ainda tem as tais das redes sociais. Ops! Nada disso. Elas podem ser suas fortes aliadas nos estudos. “Então, posso usá-las à vontade” - perguntará o leitor afoito. Não, meu caro leitor. Não mesmo.
Seja seletivo no uso dessas tecnologias. Na hora dos estudos esqueça um pouco os vídeos e chats de mero entretenimento. Prefira os conteúdos que reforçam aquilo que você quer aprender.
A todos eu desejo bons estudos.
* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.