Entre tantos hábitos que nos acompanham há milhares de anos, merece destaque o de apostar. O Evangelho nos conta que os soldados romanos disputaram a vestes de Jesus jogando a sorte (João 19:23). A expressão “jogando a sorte” pode ser entendida como “jogando o dado”, que os antigos romanos chamavam de “alea”.
Por extensão, os jogos em geral, com resultados dependentes unicamente da sorte, eram chamados de “alea”. Daí temos a palavra “aleatório”, que designa aquilo que depende do acaso.
No filme “Massada”, que conta a história real do massacre romano contra os judeus no ano 70 D.C., há uma cena marcante em que um dos soldados aposta na “alea” sua porção de água. E. ao perder o jogo, quase perde vida por desidratação.
Então, não é surpresa que as “betting houses” façam tanto sucesso nas redes sociais. Isso pode ser desde uma opção de lazer até um vício incontrolável. Não é por acaso que algumas dessas casas de apostas virtuais recomendam que se jogue com responsabilidade.
Pode ter certeza: você não vai se tornar jogador compulsivo porque participou de um bingo beneficente da sua comunidade religiosa. Mas também não ficará milionário se passar noites a fio em jogatinas. O segredo, de tudo nesta vida, está na moderação.
Mas o seu objetivo é passar num concurso ou no Enem, certo? Então, os jogos em casas de apostas não garantirão sua aprovação. Não dá para fazer a prova jogando a “alea” para marcar as questões de múltipla escolha. Existem até critérios estatísticos para “chutar” as questões, cuja resposta correta você desconhece totalmente (no meu livro eu abordo esse tema).
Pense nos “jogos”, no sentido amplo do termo, que dependem do seu esforço, tais como o futebol, o tênis e os esportes em geral. Embora um atleta possa contar com a sorte, o seu preparo físico é essencial.
Esse preparo não cai do céu e nem é alcançado com duas semanas de treino. Isso é um projeto de vários meses, que pode te tirar, por exemplo, do sedentarismo ao pódio de uma corrida na Lagoa da Pampulha. Os estudos também são assim.
Então, em vez de estudar feito um louco para a prova no dia seguinte, faça um projeto de aprendizado de um ano inteiro. E estude um pouco todos os dias. Ao final de dois ou três meses, você começará a ver os resultados.
Seguindo nesse ritmo, eu garanto que você vai passar! Quer apostar?
A todos eu desejo as melhores apostas nos estudos.
* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do Advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.