Prezado leitor,
Sou um jornalista apaixonado pelas estâncias hidrominerais. Conheço praticamente a maioria delas no Brasil e em quase todos os estados e posso afirmar que muitas delas não vivem o melhor dos dias. Posso citar como exemplos de boa administração a cidade de Águas de São Pedro, que tem um balneário arrumado e muito bem cuidado. Águas de Lindóia, também no interior de São Paulo, é outro exemplo de trabalho honesto e oferece boa estrutura.
No estado de Minas Gerais, fiquei decepcionado com Lambari, que estive recentemente e Caxambu, que fui no ano passado, cidades que tem na administração a Codemig, uma decepção total. Já a cidade de Araxá também viveu dias melhores, mas o trabalho da Rede Tauá no Grande Hotel, é digno de elogios.
Minha maior decepção foi visitar a tranquila e aconchegante Águas de Santa Bárbara, no mês de junho passado, localizada a 290 km da capital paulista, com excelente acesso pela Rodovia Castelo Branco. A cidade vive uma péssima administração no turismo. Visitei o Balneário e, embora na parte interna estivesse razoável, o meu banho foi uma total decepção. A temperatura da água estava fria, os funcionários têm equipamentos péssimos para fornecer o melhor ao cliente.
Os preços praticados chegam a ser ridículos, por um serviço que deveria ser valorizado. Cobra-se num banho de imersão o valor de R$ 13, menos que um pastel de feira em São Paulo. Portanto não dá para fazer milagre. O caráter terapêutico presente nas Águas de Santa Bárbara é espetacular. Várias famílias que visitam a cidade para desfrutar dos milagres das águas de lá e ainda curtir alguns dias de muito lazer e diversão atualmente voltam decepcionadas. O balneário foi municipalizado e a atual administração não tem nenhuma capacidade de gestão mesmo.
O nome da cidade é uma homenagem a suas águas terapêuticas e, também, à sua padroeira, Santa Bárbara. Apesar de ter pouco mais de 6 mil habitantes, o destino poderia oferecer muito mais aos turistas. O clima é agradável, sendo que em qualquer época do ano é bom para visitá-la.
Para se ter uma ideia, a falta de visão é tão imensa que a cachoeira mais próxima da cidade está fechada e só será aberta na temporada de verão.
As águas terapêuticas ficam no Balneário Mizael Marques Sobrinho, um lugar de muita paz e tranquilidade, com diversas paisagens verdes que deixam o ambiente ainda mais agradável. Mas a área externa está abandonada. Pinturas malfeitas, brinquedos com arames expostos,
sem parafusos e que podem causar acidentes às crianças. As madeiras na maior parte dos brinquedos estão quebradas, lascadas e malconservadas.
Outro fator é falta de informação turística. As placas de identificação estão totalmente fora dos padrões internacionais. Os apaixonados por esportes radicais encontram muita diversão na cidade, com a prática de boia cross e rafting. Além disso, também é possível praticar rapel nas cachoeiras de lá, que totalizam oito. Outra coisa que conferi é a falta de boa estrutura da rede hoteleira que fica na área central. Os hotéis possuem equipamentos antigos, com poucas atrações para segurar o consumidor contemporâneo. Águas de Santa Bárbara é uma estância hidromineral, e recebe, anualmente, uma boa verba para recuperar as suas atrações, mas isso não tem sido feito nos últimos anos.
Pude conferir pessoalmente.
Veja as fotos e ajude a comentar, pois só exigindo do poder público municipal, podemos ter uma esperança de melhoria, pois, do jeito que está, o turismo de Águas de Santa Bárbara está agonizando e pode morrer a qualquer hora.
Confira a galeria:
(Cláudio Lacerda Oliva / Assimptur)
(Cláudio Lacerda Oliva / Assimptur)
(Cláudio Lacerda Oliva / Assimptur )
(Cláudio Lacerda Oliva / Assimptur)