Claudio OlivaClaudio Oliva é jornalista especializado em turismo e hotelaria, pós-graduado em Turismo pela Universidade de Barcelona, presidiu a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Editor da Qual Viagem, colaborador em diversos portais de turismo, é também diretor Executivo da Assimptur Assessoria de Imprensa.

Brasileiro quer usar economias para viajar; crescimento é projetado para cima

Cláudio Lacerda Oliva*
Publicado em 21/12/2023 às 07:00.
Conforme o levantamento, 15% dos entrevistados em dezembro de 2023 pretendem usar as economias para fazer turismo (Braño via Unsplash)

Conforme o levantamento, 15% dos entrevistados em dezembro de 2023 pretendem usar as economias para fazer turismo (Braño via Unsplash)

O interesse do brasileiro em usar os recursos que consegue economizar no mês para investir em viajar voltou a aumentar em 2023. É o que aponta a mais recente pesquisa Radar Febraban, apresentada no último dia 8 para todo o país. 

Conforme o levantamento, 15% dos entrevistados em dezembro de 2023 pretendem usar as economias para fazer turismo, índice que era de 12% no mesmo mês de 2022. Sobre o tema, o público tinha a opção de escolher mais de uma destinação para os recursos.

"A vontade de viajar subiu três pontos. Tal aspiração é mais citada na faixa acima de 60 anos (21%) e nas faixas de escolaridade e renda mais altas (nível superior: 20%)", afirma o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

Nos últimos 30 meses, a expectativa de usar sobras financeiras em viagens registrou pico de respostas em junho de 2021, quando 29% dos entrevistados disseram ter interesse em usar as economias para viajar. O índice caiu a 12% em dezembro de 2022 e registrou a mínima no período de 11% em fevereiro de 2023. Desde então, vem em recuperação.

Outras opções de investimento têm apresentado estabilidade na comparação entre dezembro de 2022 e 2023, como comprar imóvel, com a preferência de 31%; aplicar na poupança, com uma fatia de 19%; e reformar a casa, opção relatada por 21% dos brasileiros.

Das principais alternativas, somente houve alta em aplicar em outros investimentos bancários (de 20% a 25% no comparativo) e fazer cursos e melhorar a sua educação e da família (de 12% a 16%), além do turismo.

Segmento de Viagens e Turismo vive um dos melhores momentos

Depois de números expressivos em 2019, o Brasil viveu momentos quase críticos durante a pandemia da Covid. Após muito tempo em confinamento as pessoas começaram a expressar uma vontade enorme de voltar a viajar, e na reabertura parcial de 2020 já houve uma pequena recuperação. Em 2021, o movimento voltou a crescer, mas com o novo pico os índices de crescimento da atividade de viagens voltaram a baixar consideravelmente.

Só com a estabilização ocorrida em 2022, os números começaram a ganhar novo fôlego e com a plena recuperação de 2023, os números dessa atividade voltaram com força total e entraram o ano com  crescimento da intenção de viagens em franco desenvolvimento. Nesse segundo semestre os consumidores sentiram mais confiança e voltaram a poupar e planejar recursos para a tão esperada viagem, seja nacional ou internacional.

Viajar ainda continua sendo um objeto de desejo e uma real necessidade por parte da família brasileira. Se os preços das passagens aéreas baixarem ou se estabilizarem no próximo ano, a tendência é de crescimento projetado de 7,0 a 8,5% no setor.

Para que isso seja uma realidade, o governo tem de adotar uma política agressiva de vacinas e promover campanhas para conscientizar a população na prevenção de uma possível nova pandemia, que roguemos a Deus, não voltará!

* Diretor Executivo da Assimptur

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