Claudio OlivaClaudio Oliva é jornalista especializado em turismo e hotelaria, pós-graduado em Turismo pela Universidade de Barcelona, presidiu a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Editor da Qual Viagem, colaborador em diversos portais de turismo, é também diretor Executivo da Assimptur Assessoria de Imprensa.
Atenção!

Considerar milhas como investimentos pode levar a consumo e endividamento

É importante não ver as milhas como um investimento, mas sim como um benefício promocional

Adriano da Silva Santos*
turismologoali@hojeemdia.com.br
Publicado em 28/09/2023 às 07:37.
Como os programas de fidelidade não são regulados pelo mercado financeiro, eles podem alterar as regras de pontuação e resgate a qualquer momento, sem aviso prévio (Convertkit via Unsplash)
Como os programas de fidelidade não são regulados pelo mercado financeiro, eles podem alterar as regras de pontuação e resgate a qualquer momento, sem aviso prévio (Convertkit via Unsplash)

As milhas aéreas são um benefício que muitas pessoas buscam para economizar nas viagens ou trocar por produtos e serviços. No entanto, nem sempre elas são vantajosas ou seguras, como mostrou o caso da 123milhas, empresa que vendia passagens emitidas com milhas compradas de terceiros e que foi alvo de denúncias de fraude e cancelamento.

Para entender melhor os riscos e as limitações das milhas aéreas, é  preciso saber que elas não são um investimento, mas sim uma forma de recompensa dos programas de fidelidade das companhias do setor. Isso significa que elas não têm um valor intrínseco e que dependem das regras e condições de cada programa e do mercado de passagens aéreas.

Segundo a economista e planejadora financeira certificada pela Planejar, Fernanda Melo, diversas pessoas cometem o erro de comparar o preço das passagens em dinheiro e em milhas para estabelecer uma relação de valor.

"Essa relação é muito volátil e pode mudar a qualquer momento, dependendo da oferta e demanda das passagens", explica.

Fernanda também alerta para o fato de que muitas pessoas tentam acumular mais milhas do que precisam e vender o excedente em um mercado paralelo.

"Isso é uma prática ilegal, que vai contra os regulamentos dos programas de fidelidade e que pode trazer prejuízos e problemas para o usuário", afirma.

Uma das formas de acumular milhas aéreas é usando o cartão de crédito para fazer compras. No entanto, essa prática pode ter alguns riscos e desvantagens. Como os programas de fidelidade não são regulados pelo mercado financeiro, eles podem alterar as regras de pontuação e resgate a qualquer momento, sem aviso prévio. Isso significa que as milhas podem perder valor ou até mesmo expirar sem que o consumidor possa aproveitá-las.

Por isso, é importante não ver as milhas como um investimento, mas sim como um benefício promocional. De acordo com Fernanda, muitas pessoas acabam gastando mais do que podem para acumular mais pontos no cartão de crédito, mas isso pode levar ao endividamento e ao
comprometimento da renda.

"O consumo consciente é a melhor forma de usar as milhas a seu favor, sem comprometer o seu orçamento. Você pode viajar mais barato, por exemplo, trocando as milhas por passagens em classe executiva, que custam menos pontos do que as passagens em classe econômica", explica a especialista em finanças pessoais.

Portanto, quem usa milhas aéreas deve estar atento aos riscos que elas envolvem e usá-las com cautela e planejamento. O ideal é utilizar as milhas para viajar ou trocar por produtos e serviços dos parceiros dos  programas de fidelidade, sem esperar ganhar dinheiro ou renda com elas. Assim, você pode evitar frustrações e aproveitar melhor as oportunidades das milhas aéreas.

*Da equipe da Assimptur, parceira do Hoje em Dia

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