Claudio OlivaClaudio Oliva é jornalista especializado em turismo e hotelaria, pós-graduado em Turismo pela Universidade de Barcelona, presidiu a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Editor da Qual Viagem, colaborador em diversos portais de turismo, é também diretor Executivo da Assimptur Assessoria de Imprensa.

Cuidados para evitar atrasos nos voos programados: fique atento para não ser a próxima vítima

Cláudio Lacerda Oliva*
turismologoali@hojeemdia.com.br
Publicado em 25/04/2024 às 07:01.
Anac “está discutindo alterações nas regras sobre gerenciamento de fadiga entre profissionais da aviação comercial” (Gerrie Van der Walt via Unsplash)
Anac “está discutindo alterações nas regras sobre gerenciamento de fadiga entre profissionais da aviação comercial” (Gerrie Van der Walt via Unsplash)

Quem, geralmente, utiliza avião tem alguns motivos justos. Primeiro, para ganhar tempo. Segundo, viajar por longas distâncias e encurtar o tempo de deslocamento. E, também, outras razões, como por férias ou para assuntos de extrema urgência - como provas e exames vestibulares, nascimento ou falecimento de amigos e parentes, além de
aniversários e outras comemorações.

Se por um lado existe o aborrecimento do consumidor, as empresas aéreas também sofrem com os atrasos. Além da experiência negativa do consumidor, fatores como custos operacionais, indenizações e até um possível abalo na imagem da marca preocupam muito. 

Tráfego aéreo

Comandado pelos controladores de voos, sem qualquer interferência da
companhia aérea, esse é um dos principais motivos dos atrasos. Todo voo obedece a diversos regulamentos, inclusive de observância do congestionamento de tráfego, os quais podem demandar alterações de rotas de última hora, atrasando o pouso de uma aeronave ou uma
decolagem. As cias aéreas estão sempre sujeitas a determinação e decisão da torre de comando.

Condições meteorológicas

Mesmo sem “um céu de brigadeiro”, os aviões estão preparados para voos em diversas condições meteorológicas, mas sem renunciar às condições
meteorológicas favoráveis para não comprometer a segurança do voo. O mau tempo pode comprometer toda a malha aérea, criando um efeito cascata no atraso dos voos, não apenas na localidade do mau tempo, mas nos destinos de outros aeroportos. Nos casos em que as condições climáticas não são as melhores, mas ainda permitem a continuidade da operação, é preciso restringir o uso de algumas pistas, ocasionando atrasos nos pousos e decolagens (olha aí o “tráfego aéreo”). Sabe-se que as condições climáticas são responsáveis por 25% dos atrasos dos voos superiores a 30 minutos no Brasil.

Fiscalização e conferência de documentação

Realizado o check-in, ainda não chegou a hora de embarcar. É preciso passar pela fiscalização na entrada da sala de embarque, onde, muitas vezes, ocorre um acúmulo de passageiros para a retirada de acessórios ou verificação das bagagens de mão. Além disso, uma vez feito o check-in, a empresa precisa aguardar ao máximo pelo “passageiro desaparecido”, já que pelas normas de segurança, uma bagagem despachada não pode seguir sozinha, inclusive pela possibilidade de conterem drogas ou explosivos.

Ausência de tripulação

Na hora da raiva, muitos “esquecem”, mas os tripulantes são seres
humanos e passam pelos mesmos imprevistos para chegar ao trabalho, sendo necessário aguardar a chegada do substituto. Mesmo que as trocas sejam mais rápidas em uma capital, em cidades menores isso nem sempre é possível, podendo até ocasionar o cancelamento do voo.

Manutenção não programada

Assim como outras máquinas, os aviões precisam de manutenção. Trocas de pneus, abastecimentos e reparos elétricos podem surgir, inclusive fora da programação. Um pneu, por exemplo, pode ser danificado durante o pouso. Esses contratempos correspondem a 30% dos atrasos de voos.

Problemas estruturais

O atual governo federal já privatizou mais de 60 aeroportos no país, de
todos os tipos e tamanhos. Um dos motivos é a falta de estrutura para melhor eficiência de funcionamento nos pousos e decolagens, incluindo situações em que aviões precisam aguardar vagas para estacionar ou taxiar, aumentando o tráfego aéreo e os atrasos dos voos. 

Falta de comunicação entre agente de viagem e passageiro

Muitas vezes as passagens aéreas compradas pelo consumidor final, podem ser realizadas através das agências de viagem. Na maioria das vezes é a agência a detentora da informação sobre o código de reserva e os voos de ida e volta de determinado passageiro. O problema pode ocorrer, simplesmente, na comunicação. Se um voo é alterado por determinada cia aérea, ela avisa a agência de viagem . Essa deve avisar o passageiro e muitas vezes isso não é feito, ocasionando problemas de comunicação. O passageiro se apresenta para viajar no voo marcado pelo bilhete e a cia área e agência não avisam o passageiro que pode esperar no aeroporto por horas para solucionar o problema.

É simples compreender que o atraso de um voo nem sempre é culpa da empresa aérea, que muitas vezes se encontra impossibilitada de agir, até pela segurança do passageiro. A pontualidade é importante, mas não supera a sua segurança. Informação correta é a principal arma para não ter problemas com cancelamentos.

* Diretor Executivo da Assimptur

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