Claudio OlivaClaudio Oliva é jornalista especializado em turismo e hotelaria, pós-graduado em Turismo pela Universidade de Barcelona, presidiu a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Editor da Qual Viagem, colaborador em diversos portais de turismo, é também diretor Executivo da Assimptur Assessoria de Imprensa.

Em outubro, quatro países voltam a ter de solicitar visto para entrar no Brasil

Por Cláudio Lacerda Oliva
Publicado em 11/05/2023 às 11:55.
A dispensa do documento tem validade até setembro de 2026, podendo ser prorrogado.   (ConvertKit via Unsplash)

A dispensa do documento tem validade até setembro de 2026, podendo ser prorrogado. (ConvertKit via Unsplash)

A quantidade de vistos americanos concedidos para brasileiros caiu 5% entre janeiro e fevereiro de 2023. Foram, respectivamente, 79,7 mil e 75,1 mil emissões, segundo um levantamento realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration.

A queda foi puxada pelo B1/B2 – popularmente conhecido como visto de turismo e que respondeu por 94,7% do total de vistos dados a brasileiros. Em fevereiro, registrou 71,2 mil emissões, abaixo das 75,3 mil do mês anterior.

Por outro lado, os vistos que mais tiveram aumento foram o EB-1 e o EB-2, destinados a profissionais com habilidades acima da média, geralmente com ensino superior. Ambos concedem ao portador o green card - documento que permite ao estrangeiro morar e trabalhar permanentemente nos EUA. Enquanto o EB-1 teve 12 emissões em fevereiro (alta de 500% sobre janeiro), o EB-2 somou 192 autorizações (668%).

De acordo com Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration, ambos os vistos ficaram bastante populares entre os brasileiros nos últimos anos e vêm provocando um fenômeno de fuga de cérebros.

"Existe uma escassez forte de mão de obra nos EUA, o que inflaciona os salários e aumenta as oportunidades de emprego para os estrangeiros. Como o Brasil expandiu o acesso às universidades nas últimas duas décadas, isso aumentou a quantidade de pessoas com nível superior e, portanto, elegíveis ao EB-1 e EB-2", diz o executivo.

Dados oficiais do Departamento de Trabalho americano mostram que os EUA têm 9,9 milhões de vagas de emprego abertas. No entanto, existem 5,9 milhões de desempregados no país. Isso significa que mesmo que todos eles fossem contratados, ainda assim restariam 4 milhões de postos de trabalho para serem preenchidos.

"A solução é contratar estrangeiros", afirma o CEO da AG Immigration, que é um escritório fundado por brasileiros com sede em Washington, D.C.. Sobre a reciprocidade de vistos, o Brasil decidiu que para americanos, australianos, canadenses e japoneses, a partir de outubro deste ano, os vistos voltam a ser obrigatórios. Portanto, se os caras exigem lá, devemos exigir aqui também. Não concordo com a tese de que cobrando-se e exigindo vistos desses países o Brasil possa perder com a entrada de turistas. O que deve acontecer urgente por aqui é uma campanha agressiva para fortalecer segurança e ampliar promoção de nosso país no exterior. Os turistas internacionais não irão deixar de visitar o Brasil em função do visto. Sinceramente, desta vez, o governo brasileiro voltou a
acertar.

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