Claudio OlivaClaudio Oliva é jornalista especializado em turismo e hotelaria, pós-graduado em Turismo pela Universidade de Barcelona, presidiu a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Editor da Qual Viagem, colaborador em diversos portais de turismo, é também diretor Executivo da Assimptur Assessoria de Imprensa.

Temporada de Cruzeiros 23/24 gera maior impacto econômico no Brasil em uma década

Cláudio Lacerda Oliva*
turismologoali@hojeemdia.com.br
Publicado em 05/09/2024 às 07:09.
Temporada de cabotagem, que são navios que partem e voltam para portos brasileiros, contou com nove navios operando em 19 cidades brasileiras e também na América do Sul (Divulgação / Costa Cruzeiros)
Temporada de cabotagem, que são navios que partem e voltam para portos brasileiros, contou com nove navios operando em 19 cidades brasileiras e também na América do Sul (Divulgação / Costa Cruzeiros)

Conhecer os destinos no Brasil chegando pelo mar tem atraído cada vez mais viajantes! É o que aponta o resultado da temporada de cruzeiros 2023/2024, que registrou o maior impacto na economia brasileira nos últimos 10 anos. O incremento foi de R$ 5,2 bilhões e corresponde ao total movimentado pelos turistas e companhias marítimas no período. O valor representa um aumento de 126% comparado à temporada 2013/2014, início da série histórica e quando foram arrecadados R$ 2,3 bilhões.

Os dados foram divulgados no último dia 28, durante o 6º Fórum CLIA Brasil, que acontece em Brasília (DF). Ao participar da abertura do evento, o ministro do Turismo, Celso Sabino, comentou o crescente vigor da indústria de cruzeiros no Brasil.

“Os números mostram a importância desse segmento não apenas para a economia nacional, mas no desenvolvimento das cidades litorâneas, onde o turismo marítimo tem gerado oportunidades de negócios e empregos para toda cadeia do turismo”, afirmou ressaltando o trabalho conjunto do governo e iniciativa privada para impulsionar o setor.

“O governo brasileiro tem trabalhado para melhorar o ambiente de negócios e a atratividade de cruzeiros para esse nosso paraíso que se chama Brasil. A costa do nordeste, as praias do sul, a Amazônia Azul e a Amazônia Verde merecem ser visitadas pelo mundo e, para isso, temos que aperfeiçoar essa parceria e a relação entre o público e o privado, com investimentos em promoção dos nossos destinos”, complementou Sabino.

A temporada de cabotagem, que são navios que partem e voltam para portos brasileiros, contou com nove navios operando em 19 cidades brasileiras e também na América do Sul. Foram gerados 80.311 postos de trabalho, diretos, indiretos e induzidos, um avanço de 0,9% em relação à temporada anterior.

O crescimento econômico também foi acompanhado pelo aumento de cruzeiristas que passaram pelo litoral brasileiro. Foram 844.462 viajantes – o maior número registrado nos últimos 20 anos.

O bom impacto do segmento no período se reflete também em oportunidades para os locais que receberam turistas que desembarcaram dos navios. Onde houve parada, o impacto econômico médio de cada pessoa foi de R$ 668,91 e nos lugares de embarque e desembarque,
chegou a R$ 877,01. 

Segundo o “Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil”, realizado pela CLIA Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a cada R$ 1 investido no setor foi gerado um movimento de R$ 4,22.

“Com mais leitos, roteiros diversificados e eficiência operacional recorde, a temporada 2023/2024 destacou a força do setor no Brasil. Temos que apostar em mais competitividade, buscando melhorias em temas como infraestrutura, custos, segurança pública, regulação e desenvolvimento de novos destinos, além de estarmos preparados para receber os novos
navios, não apenas os maiores, mas também os mais tecnológicos e sustentáveis", afirmou o presidente da CLIA Brasil, Marco Ferraz.

Perfil dos viajantes de cruzeiros

A maioria das pessoas que optaram pelos cruzeiros devem voltar a fazer novas viagens. Segundo o levantamento da CLIA, quase 92% dos entrevistados pretendem viajar de navio novamente e 87% afirmam querer retornar a destinos visitados durante a rota marítima.

Além disso, 78% dos passageiros desembarcaram em pelo menos uma parada do roteiro. Em termos de frequência, 66,1% realizavam sua primeira experiência nesse meio de transporte e os 33,9% restantes já haviam testado o meio de transporte anteriormente, com média de quatro percursos.

Entre os destinos preferidos no Brasil, 66,2% citaram o litoral do Nordeste. No que diz respeito ao perfil demográfico, 60,8% dos cruzeiristas são mulheres e 61,4% são casados ou vivem em união estável. A maioria viaja acompanhada (98,9%), principalmente por filhos e parentes (51,9%), cônjuges (24,7%) e amigos (19,5%).

Futuro dos cruzeiros no Brasil

A temporada de cruzeiros 2024/2025, que vai de outubro e maio, deverá contar com 45 navios navegando em águas brasileiras. Serão mais de 861 mil leitos ofertados, com previsão de impacto econômico em torno de R$ 5,3 bilhões. No roteiro, mais de 700 escalas serão feitas em cerca de 40 cidades brasileiras que vão receber esses cruzeiristas, dando a oportunidade deles conhecerem um pouco dos destinos litorâneos nacionais. São esperados, ainda, a geração de 81 mil empregos.

Destaque

Pela terceira vez seguida, o Brasil foi eleito o melhor destino para cruzeiros da América do Sul pelo prêmio World Travel Awards (WTA). A honraria, considerada o “Oscar do Turismo”, contempla os destinos que se destacaram e são considerados referência no setor. Os vencedores são eleitos por votação online no site da WTA.

* Diretor Executivo da Assimptur

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