O Governo do Rio Grande do Sul e a Associação Brasileira de Agências de Viagens pedem para que as pessoas não cancelem viagens programadas por causa das enchentes, mas que considerem remarcar a ida para lá em uma data futura. É que ao fazer isso, o turista vai ajudar também na recuperação do Estado, como explica a presidente do Conselho da Associação, Ana Carolina Medeiros.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apenas as redes de hotéis e outros alojamentos empregam diretamente mais de 18 mil pessoas, sem contar o restante da cadeia de turismo e os trabalhadores informais.
Ana Carolina também explica que, nessa situação de "calamidade", as viagens para Porto Alegre estão sendo remarcadas, sem custos, por todas as companhias aéreas. Apenas os aeroportos de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santo Ângelo estão operando, mas podem ser impactados pelas condições meteorológicas.
O ministério do Turismo já anunciou a liberação de R$ 100 milhões para empreendedores ligados ao setor que foram afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O crédito deve ser disponibilizado de modo emergencial.
Esses recursos podem beneficiar empresas de hospedagem, agências, transportadoras, organizadoras de eventos, parques temáticos, Acampamentos, restaurantes, cafeterias e bares, que estiverem registrados no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos.
Essa linha de crédito serão condições diferenciadas de pagamento para obter capital de giro, realizar obras e adquirir equipamentos. O impacto do desastre ecológico no turismo do estado do Rio Grande do Sul, deve demorar para ser amenizado. A rodoviária de Porto Alegre está debaixo d’água, assim como o aeroporto internacional Salgado Filho.
As estradas com acesso as cidades da Serra Gaúcha estão com graves problemas de logística. Pontes caíram, barrancos cederam, asfaltos foram
arrancados, sinalização foi perdida e, portanto, essa recuperação deve demorar bastante para ser finalizada.
A temporada de julho e das férias de inverno estão praticamente comprometidas nas cidades da Serra Gaúcha. Hotéis, pousadas, parques, atrativos turísticos e históricos são totalmente dependentes dos acessos das estradas e do aeroporto de Porto Alegre que, segundo informações da Infraero, deve demorar no mínimo 90 dias pra voltar a operar normalmente.
Por enquanto, a Secretaria de Turismo do governo gaúcho reforça que as pessoas de fora devem evitar tentar se deslocar, neste momento, para o estado. O que devemos fazer agora é tentar motivar o turista a remarcar as suas viagens para o estado do Rio Grande do Sul, para outro período do ano. Mesmo sendo difícil nesse momento enxergar uma luz no fim do túnel, o Rio Grande do Sul vai se recuperar de todo esse trauma. A indústria moveleira, a agroindústria e todos os segmentos dos setores de viagem e turismo devem passar por momentos delicados, como demora na recuperação da logística e impactar de maneira significativa a geração de emprego e renda desses setores no estado sulista.
Vamos contribuir de maneira significativa com o colapso atual. Sabemos que a situação merece grande preocupação, mas em breve nossos irmãos sulistas darão a volta por cima!
* Diretor Executivo da Assimptur