Jornais dos primeiros dias de março trazem auspiciosa notícia: o Brasil fechou 2022 com o menor índice de assassinatos em dezesseis anos. Enfim, estamos nos civilizando, porque em 2021 houve queda de 1% nos casos de homicídio.
Mas prestemos bem a atenção. Neste ano, que apenas ingressou no terceiro mês, ainda o país tem mais de 110 vítimas fatais diárias. É isso mesmo. Seres como nós, bípedes implumes, como dizia o filósofo grego, houve 110 registros por morte violenta.
Não se computam os acidentes em estradas ou vias públicas urbanas, ou em consequência de insucesso em tratamento de saúde em hospitais, e assim por diante.
Quem se acostumou a assistir aos programas vespertinos na TV de São Paulo e RJ, contudo verifica que a morte em série, por meios violentos no país, faz parte das estatísticas cotidianas. Permanecemos com altas percentuais de prematuridade por utilização de armas diversas ou pelas próprias mãos de um semelhante, por esganadura por exemplo.
Um especialista em segurança pública comenta que, durante a pandemia, decresceu o número de casos. É fato, as estatísticas o demonstram. Mas enfim surgira uma ferramenta segura de concorrência: a transmissão pelo coronavírus, produzindo a Covid 19. Assim, cerca de 700 mil habitantes deste país, abençoado por Deus, como na letra de Ary Barroso, entregaram a vida a julgamento divino – para quem crê, evidentemente.
A Organização Mundial de Saúde tem sido objetiva e severa: a pandemia não acabou e o calendário de vacinação contra o corona tem de ser obedecido, conforme orientação das autoridades. A lição maior está dada. Segui-la é o mínimo que se exige dos que querem ter existência mais longa e saudável.
É prematuro avaliar-se como a criminalidade vai comportar-se no novo normal e no retorno às atividades interrompidas durante a fase crítica da pandemia. As forças de segurança, a sua vez, na guerra diária entre homens, terão de achar um modelo de prevenção para conter a escalada de violências que estávamos vivendo até agora.
Cada brasileiro tem a obrigação de contribuir para interromper esta perversa escalada. Há muitos meios e instrumentos para participar de empreitada tão nobre. A vida é uma só; cabe-nos preservá-la. Uma das ferramentas é seguir o caminho do bem e do amor. Como estamos em época adequada, poder-se-ia aconselhar com o que ensinou Jesus, o Cristo.