Um profissional de imprensa foi mais uma vez vítima por estar no exercício de suas obrigações. Aconteceu no último dia 5, quinta-feira, nas proximidades de um acampamento instalado nas proximidades da Companhia de Comando da 4ª Brigada Militar, na avenida Raja Gabaglia. Mencionado profissional, fotógrafo do jornal “Hoje em Dia”, apenas cumpria ordens para produção de matéria sobre a permanência de grupos que ali se instalaram.
À distância, ele realizava seu trabalho, quando foi perseguido por manifestantes abusivamente. Viu-se, assim, pessoas sem atividade útil qualquer naquela ocasião e local, partirem para ataque a um cidadão que simplesmente cumpria sua missão.
O malogrado tentou escapar à fúria dos acampados, correndo a esconder-se detrás de um carro. Era o que lhe restava, mas foi derrubado e arrastado pelo piso da via pública, recebendo socos, chutes e até pauladas. Sofreu um corte na cabeça, o que o obrigou a atendimento médico em unidade de saúde. Quanto aos seus equipamentos, os resultados também foram perversos. A câmera fotográfica desapareceu e as respectivas lentes foram danificadas, impedindo seu uso a partir de então.
Como não poderia deixar de ser, prestigiosas entidades sociais e de profissionais de todo o país hipotecaram solidariedade ao trabalhador de comunicação, pedindo – ou exigindo – “justiça e punição” para os agressores, até porque não se trata do primeiro episódio do tipo, que se estende a outros atentados no Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Estas atitudes se tornaram costumeiras, sobretudo à porta dos quartéis causando intranquilidade e medo nas vias públicas, principalmente nas capitais.
Segundo autoridade no assunto, as guerras não são mais as mesmas. Em vez da confrontação militar, o mundo vem assistindo a uma série de embates “irregulares”, como terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência e conflitos assimétricos em geral.
É o caso da Raja Gabaglia, que exige atenção do poder público, se repetiu em Brasília, criminosamente. O que aconteceu na Capital Federal, domingo, foi uma exibição contra a democracia, com atos de terrorismo não típicos da índole do povo brasileiro. O prólogo foi em Belo Horizonte.