Membro da Academia Brasileira de Letras, Viriato Corrêa dizia que o Brasil é pobre em mulheres que se notabilizam ou passam à História. Hoje se vê que o imortal se enganou, talvez porque em tempo ermo o sexo feminino não conquistara ainda um lugar expressivo nas artes, em literatura muito especialmente. Não se dava oportunidade.
O propalado machismo importado da Europa perdeu importância e, hoje, percebe-se participação feminina em grande parte das atividades, antes restritas aos cavalheiros.
No século presente, nomes de mulheres, verdadeiras expressões em atividades artísticas, culturais, empresariais, econômicas, industriais e financeiras estão em evidência. Nem se ignorará a sua atuação no âmbito político, porque elas estão bem representadas no exercício de cargos, relevantes nos três poderes, sem falar na Imprensa de um modo geral, comparecendo com destaque nos meios de comunicação. No palco, não se esquecerá o sucesso nacional de Fernanda Torres, num papel significativo de sua carreira.
Em livro recentemente editado, "Sobre a coragem e outras virtudes" dá-se ênfase à ideia de Diderot, de que as mulheres são mais corajosas do que os homens por serem mais capazes de amar a vida. Enquanto isso, os homens apenas buscam vencer o medo da morte em covarde apego à existência.
O jornalista Gustavo Werneck, que se tem devotado ao nobre dever de descrever e resgatar fatos notáveis de nossa crônica, recordou - há dias - a figura de Dona Joaquina Pompéu, legítima representante dessa plêiade. Foi uma das colaboradoras, inclusive financeira, no processo de independência nacional. O que ela não sabia, suponho, é que a ricaça do Pompéu era da família Vargas, do Rio Grande do Sul, estes já com nome inseridos definitivamente nos compêndios escolares.