Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Aconteceu em Capitólio

11/01/2022 às 19:37.
Atualizado em 18/01/2022 às 00:52

O trágico acontecimento no Sul de Minas que deixou um saldo elevado de vítimas, entre as quais algumas fatais, há de ser inserida entre os episódios mais tristes de nossa história contemporânea. No momento em que se fazia esta redação, não se sabia exatamente o número de mortos e feridos, cuja apuração definitiva resultou do trabalho empreendido por equipes de mais de uma corporação.

Tampouco se conhece, de modo seguro e decisivo, as causas do desastre, eis que evidentemente há mais de uma, dadas as condições em que ele se registrou. De toda maneira, pode-se concluir com nossos ancestrais que, com natureza e água, não se brinca, até porque a segunda integra essencialmente as manifestações da primeira.

O lago formado com represamento das águas para produção de energia elétrica é incontestavelmente um dos mais belos panoramas criados pelo homem no Brasil, no século passado, valendo-se das condições especiais que ali se propiciam. 

Ademais, se por um lado se produziu o ambiente adequado para o lago, abriu as perspectivas para aproveitamento prático, mediante implantação de um polo turístico, que ganha espaço nas mídias, gerando receitas e utilização de mão de obra.

No entanto, a natureza é caprichosa e tem suas próprias regras. Ela não se inclina pacificamente à vontade do homem, exigindo dele conhecimento íntimo com suas predileções e preferências. Para usá-la, tem-se de adotar métodos e medidas de precaução.

O inquérito que se abriu, ou deve ser aberto, em torno do infausto evento, apontará onde se falhou e porque se falhou, permitindo o acidente. Uma coisa ficou certa: foi exemplar a assistência médica que, em prazo ínfimo, ofereceram as Santas Casas da região aos feridos, fazendo justiça à benemérita instituição. A rainha D. Leonor de Lancastre, fundadora da piedosa obra, abençoará esses anônimos servidores do bem e da vida. 

A Marinha se disse presente. Sem menosprezar, é claro, o apoio dos chefes dos executivos municipais e do governo de Minas, por seus organismos competentes, entre os quais os Bombeiros sempre presentes nestes episódios.

Enfim, mais um desastre cruel, mais vidas perdidas, apenas com lições que devem ser extraídas. Em todas as ocasiões, há sempre ensinamentos que não se deve esquecer, evitando males irreparáveis no futuro.

E as chuvas persistiram, deixando marcas de tristeza e luto. A vida como ela é.

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