Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Amazônia em números

30/11/2021 às 20:49.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:11

As declarações do chefe da nação durante visita ao Oriente Médio deu-lhe o ensejo de afirmar que o Brasil cuida rigorosamente do meio ambiente e da proteção da Amazônia, que está presentemente como em 1500, quando da descoberta. Observava S. Ex. ª. , que a própria umidade da floresta contribui para evitar queimadas e incêndios.

No entanto, assim não era. Dias depois, poucos, aliás, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) divulgou que o país atingira um recorde terrível de desmatamento nos 12 meses mais recentes: entre agosto de 2020 e julho de 2021, a cobertura vegetal original perdeu 12.335 quilômetros quadrados, a mais extensa desde 2006.

Grande tarefa cabe agora ao ministro do Meio Ambiente, por ter afirmado na Escócia que, até 2028, o desmatamento ilegal na nossa Amazônia terá sido extinto. É esperar. Por enquanto, põe-se em dúvida os números apresentados pelo Inpe, como o fez o vice da República, o general Hamilton Mourão, presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

Ele tentou explicar: “O dados mostram uma ‘pressão’ para o avanço em terras não ocupadas na Amazônia, em especial na construção de moradias”. “A gente tem que entender onde ocorrem as maiores ilegalidades”. “Por exemplo, o maior aumento aparece como sendo no Pará, mas o maior aumento não foi no Pará e, sim, no Amazonas, especificamente na região sul do Amazonas”. “Então, é outra área onde está acontecendo um avanço de gente em busca de teto”. 

O general Mourão observou que o problema habitacional, que tanta dor de cabeça causa aos administradores estaduais e municipais de todo o país, sobretudo Sudeste, não é algo isolado. Faltam moradias em todas as regiões, razão pela qual o governo que assumir após a eleição do ano vindouro, terá de cuidar do assunto. Que, aliás, levou o período militar, para não dizer ditadura, a criar o Banco Nacional de Habitação, o famoso Benaga.

Por enquanto e até 2023, resta muitíssimo a fazer e as nações que podem ajudar o Brasil com recursos estarão atentas a esforços e resultados. Mourão terminou o raciocínio: “Sem desfazer dos números, que, obviamente, não são bons, a gente tem que olhar o tamanho da Amazônia. A Amazônia Legal tem 5 milhões de quilômetros quadrados, então nós tivemos 13 mil Km² de desmatamento. Isso dá 0,23% da Amazônia que teria sido desmatada, independentemente de o valor absoluto estar colocado”.

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