Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Bom senso faz bem

Publicado em 26/04/2021 às 19:27.Atualizado em 05/12/2021 às 04:46.

Para grande parcela dos que fazem ou entendem da vida nacional, estamos “na esteira da maior crise militar registrada desde a redemocratização”, o que sintetiza a hora de incertezas que atravessamos, com reflexos em todas as atividades e em nossas relações com as demais nações. 

Enquanto outros países zelam para não por em risco os anos vindouros e as próximas gerações, empenha-se o Brasil presentemente em fazer de conta que tudo vai bem, o que melhor ficará se seguirmos as diretrizes e pensamentos dos ocupantes do poder. Não é assim.

O primeiro assunto a se considerar é o que nos reserva a Covid-19, uma enfermidade sobre a qual ainda se sabe bem pouco, mas que não será removida do mapa de nossas preocupações mais significativas a curto ou médio prazo. 

Até agora, tem-se procurado enfrentar o mal com o manancial de defesas de que se dispõe, sem contar sequer com o instrumento mais próximo, que seria a vacinação. Esta foi prejudicada, a partir de quando o governo minimizou a severidade e as consequências da moléstia.

É terrivelmente triste constatar que, diante da ineficiência federal, tenham estados e municípios de se pôr em campo para buscar soluções por seus próprios meios e instrumentos. Um dos principais motivos da gravíssima situação a que chegamos, quando evoluímos para 400 mil mortos pelo coronavírus, e o presidente percorre o país transmitindo dúvidas sobre a ação dos governadores e prefeitos, e quando as UTIs se mostram lotadas e as prateleiras vazias de remédios em falta. 

A omissão governamental na hora indicada levou a nação ao descrédito internacional, não fora suficiente a mal conduzida atuação nos negócios com as demais nações. E “o Brasil está no limite”, como observou, há poucos dias, o próprio presidente, isso se deve principalmente à errática e errônea orientação.

Criada uma CPI para investigar a atuação do Ministério da Saúde no combate à Covid, a comissão já nasceu sob o estigma de interesses subalternos. Aliás, não basta trocar ministros e já estamos com um quarto em Brasília. Imprescindível autocrítica a uma dose de humildade para reconhecer erros. A comissão constituída poderá servir para corrigir problemas mal conduzidos.

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