Em 1926, Madame Curie veio a Belo Horizonte. Uma viagem digna de registro, pois já era Prêmio Nobel. A cientista, nascida na Polônia, abandonou, porém, por alguns dias, Paris, para uma visita à capital de um estado em país sul-americano e conhecer o Instituto de Radium, o primeiro no Novo Mundo, fundado para estudar e propor medidas eficazes contra câncer, que preocupava os médicos cá da terra desde 1919.
Conta o historiador vanguardeiro da medicina mineira, Pedro Salles, que Ezequiel Dias reunia em sua casa vultos eminentes para debater o “importante problema”. Um dos integrantes do seleto grupo, o médico Borges da Costa, no dia 11 de junho de 1920, comunicou ter-se definido a criação, com apoio do presidente de Minas, Arthur Bernardes, do Instituto de Câncer e Radium.
Minas Gerais passava à frente das Américas, mesmo a do Norte. Borges da Costa, entusiasta da causa, nascido no Rio de Janeiro, chegando a Belo Horizonte, apresentou-se em 1906, ao provedor da Santa Casa, Francisco Júlio da Veiga, e colocou-se à disposição para trabalhar em cirurgia, sem salário, sendo imediatamente admitido.
O edifício do Instituto estava pronto em 1923, no Parque Municipal. Enquanto isso, a Santa Casa cresceu em termos de atendimento de câncer, já consagrada como o maior hospital de Minas em muitas especialidades médicas. A insidiosa doença, que tanto inquietou Madame Curie e os médicos mineiros do século passado e do atual, permanece letal, se não cuidada em tempo hábil e com equipamentos e profissionais competentes.
Até a metade deste século, o câncer de mama, por exemplo, deve atingir 3,2 milhões de pessoas no planeta, resultando em mais de um milhão de mortes anualmente. Mais do que a catástrofe da Covid-19. Esses números representam um aumento de 38% na incidência e 68% na mortalidade da doença.
Nos dois últimos anos, a Santa Casa BH observou crescimento significativo na demanda por atendimento oncológico. Em 2022, foram realizadas 74.816 consultas, enquanto em 2024 o número, saltou para 82.293, com crescimento de aproximadamente 10%. O aumento reflete a maior tendência do câncer e crescente necessidade de tratamento especializado.
Em relação à oncologia em Minas, a Santa casa BH amplia incessantemente seu atendimento, reforçando seu compromisso com a saúde e oferecendo cuidado humanizado aos pacientes encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde.
Com investimentos contínuos em tecnologia, pesquisa e humanização, a instituição vai além do tratamento, transformando vidas e levando saúde de ponta para todos.