O rádio foi e é extremamente importante na formação do homem e de uma comunidade. Lembro perfeitamente que meu ingresso no mundo de Dostoiévski se deu num dos momentos culminantes de força da radiofonia. Em Belo Horizonte, o ouro-pretano Francisco Andrade, conhecido pelas ondas como F. Andrade, apresentou por uma das emissoras Associadas (Mineira e Guarani), o romance do autor russo transposto ao novo meio de comunicação, “Crime e Castigo”. Apaixonei-me.
Agora se sabe e se proclama que Dostoiévski é e se tornou, há muito, autor universal e razões há de sobra para o conceito que lhe cerca o nome. Depois de se debruçar sobre os primeiros livros do ficcionista russo, a professora e autora, Vera Lúcia de Oliveira, que reside em Brasília, mergulha nos seus cinco últimos livros, fazendo análises concentradas também e especificamente em “Crime e Castigo”, embora se deva realçar a edição de “Meu marido Dostoievski”, escrito pela esposa do autor, Anna Grigorievna.
Vera Lúcia declara que releu as obras, com um olhar mais crítico, observador, querendo ver coisas importantes que pudesse transmitir. Ela revela que, além de análises que trazem para o universo do leitor russo autores como Gabriel Garcia Márquez e Graciliano Ramos, também faz uso
Esse foi um dos poucos romances de Dostoiévski cujo sucesso foi imediato logo após a publicação, em 1866. Em O idiota, a pesquisadora se deparou com semelhanças desconcertantes entre o príncipe Michkin e o próprio autor. "O príncipe era epiléptico e Dostoiévski também. Sofreu muitos ataques e ficava totalmente debilitado. E o príncipe é de uma bondade enorme, parece um Jesus Cristo. Perdoa a tudo e a todos. É a ideia de um idiota mal compreendido. O livro fracassou no momento em que foi editado e foi publicado com muita dificuldade. É uma história muito comovente de um rapaz de uma bondade sem limites e também doente"