Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Dia do Jumento

08/03/2021 às 18:31.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:21

Primeiro, o pequi, que pode desencadear uma guerra entre Montes Claros e Goiás. Agora, o Dia Nacional do Jumento, cujo projeto prevê uma data específica, por iniciativa do deputado Célio Studart, do PV-CE. O texto respectivo já foi protocolado na Câmara dos Deputados, não sei se antes ou depois da recente visita do presidente da República ao estado natal de tanta gente famosa.

A intenção é que, em 13 de maio, a data seja comemorada anualmente. O parlamentar justifica que umas das intenções é homenagear o padre Antônio Batista Vieira (1919-2003), fundador do Clube Mundial do Jumento, em 1996. Studart diz que o texto ajuda a conscientizar a população sobre a importância de proteger os jumentos, “que são patrimônio nacional, histórico e cultural”. “A espécie corre o risco de extinção, devido a ações extrativistas perpetradas por empresários e com o aval do governo”, justificou.

No velho Israel (que não é o de agora, o grande vacinador contra a Covid 19), os jumentos eram as montarias de propriedade de dois juízes: Jair e Abdon. Aquele tivera 30 filhos, 30 cidades e 30 jumentinhos, em cima dos quais andava com os filhos (Juízes 10,3-4). Abdon foi mais cuidadoso: 40 filhos e 30 netos, os quais montavam 70 jumentos (Juízes 12,13-14), como está em livro do meu confrade na Academia Mineira de Letras, Pedro Rogério Moreira.

Aliás, “jumento bravo” foi como o Senhor qualificou Ismael, o filho nascido da união da escrava Agar com Abrão, depois, Abraão. No Gênesis 16:12, está escrito: “Este menino será como um jumento bravo; sua mão se levantará contra todos e a mão de todos contra ele; e levantará sua tenda diante de seus irmãos”.

Repito o confrade: “o Senhor não reconheceu Ismael como filho de Abraão, pois declarou ao pai dele Isaac, filho único”.

Abandonados pelo pai, Ismael e a mãe Agar perambularam pelo deserto até se fixarem perto do Egito. Ele tornou-se hábil flecheiro. Casou-se com uma egípcia, viveu 137 anos e deixou grande descendência na fronteira de Israel com o Egito. Final: aparentemente, não guardou mágoa de Abraão, pois compareceu a seu sepultamento.

Perdoar faz bem.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por