O novo presidente dos EUA quer a América como um todo para a Casa Branca, é o que se deduz do sonho envolvente de Trump. Mas as coisas, os seus projetos não são exatamente como o republicano quer e anseia. O artigo do desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, 3º vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais ajuda a sentir e compreender.
O magistrado participou, de 26 a 29 de janeiro, como palestrante e ouvinte do 21º Encuentro Internacional de Juristas, realizada na capital panamenha. As premissas a que chegou sobre a pequena república são também as minha. Vejamos: “A República do Panamá é o país mais desenvolvido da América Central. É um país democrático, com eleições gerais realizadas a cada cinco anos, para presidente e membros da Assembleia Legislativa unicameral. (...)
A Justiça panamenha firmou protocolos com a Espanha e outros países de língua espanhola, visando à adoção de novas tecnologias, eficiência, qualidade, e transparência”.
Veja-se o caso Rússia-Ucrânia e a pretensa pacificação entre Israel e palestinos em Gaza, que envolve as nações do Oriente Médio. Além do mais, os países e povos já enfrentam perspectivas internas sombrias.
Na área da Justiça e Direito, o desembargador pôde aferir alguns aspectos atuais e que não podem ser desconhecidos, examinado com sabedoria. “Neste campo, encaixou-se minha fala sobre juízes robôs. Sustentei que, como em quaisquer outras atividades humanas, a Inteligência Artificial pode praticar tarefas judiciais repetitivas e programadas. No entanto, não pode julgar casos concretos para cuja solução se exige valoração e experiência, como as que envolvem direitos fundamentais. Robôs não possuem sentimentos; logo não são aptos a analisar valores que a cultura humana procura realizar para satisfazer necessidades materiais e espirituais das pessoas. Por exemplo: o verdadeiro, o belo, o bem, o justo e o sagrado”.
Quanto a mim, concordo com o pensamento do escritor e jornalista de Angola, José Eduardo Agualusa: “Os disparates de Donald Trump, confusos e acorrentados, permanecerão como a imagem de um tempo vergonhoso, em que assistimos ao regresso da crueldade enquanto política de Estado num grande país democrático”.