O jogo está praticamente feito, falta cumprir agora o tempo, que já se pode medir por dias. Definidos os candidatos em convenções partidárias, a imprensa admite que o restante da temporada poderá ser marcada por turbulência na campanha eleitoral.
Lula, um ex, e Bolsonaro, o atual presidente, permanecem na liderança das pesquisas. Os demais lutam para vencer resistências em suas próprias agremiações e aliar-se a outras num jogo arriscado. Nenhum capitão do Exército cá entre nós, alcançou a chefia do Executivo numa eleição, a não ser Bolsonaro, pretendente a um segundo mandato.
No dia 18 de julho, o antigo oficial verde-amarelo informou aos jornalistas que teria, como teve, uma conversa telefônica com Putin, logo ele anti-comunista de carteirinha, numa hora em que a guerra Rússia-Ucrânia se acha em pleno desenrolar. À tarde, dirigiu-se aos jornalistas chatos, sempre incômodos se não estão a nosso lado:
-Isso não pode vazar, é segredo de Estado, e esclareceu que falara com o titular do Kremlin por cerca de três horas: “falamos por três horas, muita coisa”.
No decorrer da troca de informações, aduziu que também falaria com Volodymyr Zelensky, pois poderia colaborar para o fim da guerra, mas observando que “não sabia o que ele teria a falar comigo. O Zelensky, né? Mas eu pretendo falar para ele o que eu acho, né? Se perguntar para mim alguma coisa, onde podemos colaborar, eu vou dar a minha opinião, já que só vou dar, se ele pedir”.
Enquanto isso acontecia, os russos atacavam novamente o território ucraniano, velhos e crianças morriam, e Putin confessava pela primeira vez, que desejava tirar Zelensky da presidência. Ele se teria negado a permitir que as forças de Putin tomassem o território vizinho, para assegurar o sonho soviético de ampliar suas fronteiras?
Pelo menos foi isso o que se depreende das palavras do ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. Zelensky não concorda. No Brasil, a guerra será no voto.
A despeito de tudo, das fortes pressões, a Ucrânia não se dispõe a ceder. Segundo maior país da Europa, atrás somente da Rússia, conhece seu potencial como celeiro, embora dependente do gás. Resta esperar com paciência, armas e apoio do mundo ocidental.