Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Louvando a memória

Publicado em 30/03/2022 às 06:00.

É até com certo ardor cívico que recebo e leio publicações impressas sobre história, cultura, artes, a grande política, ciências e tudo o mais que pode constituir a grandeza do homem. Em época na qual há atrações outras, mais de interesse popular, encontrar quem se interesse pela produção e edição desse tipo de escrito, pode mesmo causar encantamento. E acontece comigo, para íntima satisfação.

Redijo o presente texto ao reler alguns números da revista Memória CULT, cujo título já diz muito. E o devemos a Eugênio Ferraz, mineiro de São Lourenço, diretor executivo e editor geral da revista que caminha para vinte anos, imagino ao preço de que sacrifício, disposição de espírito, pessoal e público. Dedicar-se ao nobre mister em nosso tempo e aqui na nação inventada por Cabral, o Pedro Álvares, em 1500, se transforma em desafio que poucos respondem e suportam.

Eugênio é engenheiro civil, mas se inclinou a uma área dificílima e rara, que compreende a restauração no Brasil, especialidade a que se devotou e se devota notavelmente. Suas experiências entre nós é digna de geral reconhecimento, até raríssimos se voltam a uma atividade tão exigente e que não responde fiduciariamente ao profissional. Disso não cuidou o engenheiro Ferraz, que se entregou, de corpo e alma, à restauração de importantes monumentos nacionais, mostrando em imagem e detalhes técnicos, aliado a aspectos históricos, suas trajetórias e recuperações, reunindo algumas delas e pormenorizando  o Convento dos Mercedários e sua anexa Igreja das Mercês em Belém do Pará, e o Teatro Amazonas.

Foi além: conseguiu cópia de instigante processo judicial do século XIX, cujo resultado deu à Fazenda Nacional, por vários anos, a posse da Igreja. Foi uma momentosa discussão jurídica, na época da recém-instalada República, preenchida por conceitos que, posteriormente, gerou o Código Civil Brasileiro.

Pois bem. A Memória CULT dá uma visão periódica de Minas, de Belo Horizonte, do Brasil, em momentos específicos da História, de episódios que marcam nossa existência como estudo, cidade e nação. Para o ingente projeto, colaboram os três poderes, e devo ressaltar a contribuição da Assembleia de Minas, presidida pelo deputado Agostinho Patrus, integrante de uma família identificada com as melhores causas e os mais nobres anseios de nossa gente. Em outro número, irei dizer mais a respeito.

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