Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Minas sabe fazer

31/05/2021 às 17:47.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:03

Presidente da Academia Mineira de Letras, doutor em Literatura, Rogério Faria Tavares publicou, recentemente, artigos focalizando a valiosa contribuição da mulher de nosso Estado à literatura brasileira. Com a iniciativa, consolidou o projeto do sodalício (e o seu especificamente) de festejar o talento de quantos se dedicam à nobre arte, como Maria Helena Cardoso, Henriqueta Lisboa, Cecília Meireles, Lúcia Machado de Almeida e Conceição Evaristo, dentre outras, inclusive as que têm assento na casa nobre da rua da Bahia.

Nascida em 1901 – são 120 anos a comemorar – Henriqueta Lisboa foi a primeira a ingressar na AML, em 1963. Seguiram-na Maria José de Queiroz, Lacyr Schettino, Carmen Schneider Guimarães, Yeda Prates Bernis, Elizabeth Rennó e a irmã de Henriqueta, Alaíde Lisboa, que muito me estimulou a concorrer a uma cadeira. Deixei de citar Maria Ester Maciel, cuja posse se atrasou pelos óbices a reuniões impostas pela Covid.

Mas as mulheres de Minas não interrompem o belo ofício da poesia. É o caso de Elizabeth Gontijo, que – depois de “De Cor”, de 1991, e de “Amores e outras”, 1993, amplamente bem recebidos, nos ofereceu “A Palma e o Verso”, de 2007, “Marca d’Água”, de 2017, “Cadernos de alguma poesia”, de 2019, o primeiro por ela mesma editada e os dois outros pela Cas’as/escrever e editora 7 Letras, do Rio de Janeiro, por sinal excelentes as três,  com ilustrações preciosas da própria poeta. Donde se conclui que tudo é belo e bom, correspondendo à expectativa do leitor de gosto aprimorado.

Elizabeth passou pela Escola Guignard, o que já explica a ênfase que aqui se dá ao seu trabalho, que exigiu mais que a excelência na produção poética. Dela já dissera Lacyr Schetino: “Segura comunicação verbal. Síntese intercalada de linguagem discursiva, criando uma atmosfera poética permanente. Versos bem construídos, consciência artesanal e variada substância poética”.

Cely Vilhena completa o meu julgamento: afirmando que a produção de Elizabeth constitui um “canto de louvor à sequência dos dias, das horas, do permanente encontro com os elementos do cotidiano, em imagens que o transcendem e dignificam e o elevam ao mago estremecer das realidades perenes, imagens sensíveis, metáforas elegantes e sóbrias – versos bem estruturados, excelente exercício poético”.

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