Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Nazistas de volta

Publicado em 19/11/2024 às 06:00.

Atlético perde para o xará de Goiânia, último colocado no Brasileirão; Cruzeiro é derrotado pelo time misto do Flamengo. Do América, nem se fale. Nos Estados Unidos, Donald Trump sai triunfante em sua disputa com a candidata democrata Kamala Harris, com resultados que não se esperava tão contundentes.

Torcedores do Galo e da Raposa perderam a graça na terça-feria, 5 de novembro, mas a decepção em números foi do tamanho do grande país no Norte das Américas. Os da América Central e que tinham sonhos perdem suas expectativas diante da renovação da promessa de Trump de fechar as fronteiras aos imigrantes. Duzentos e trinta mil brasileiros que vivem acima do Rio Grande esperam agora o pior.

Pior? Difícil preconizar. Os nazistas, que infernizavam a vida dos judeus antes e durante a II Guerra, seguem dispostos a brigar por suas malditas ideias. Esqueceram que Hitler não há mais, nem o Muro de Berlim, símbolo de um tempo que queremos bem distante. Para sempre.

No Brasil, a suástica e o que ela representou ainda eclodem vez por outra. Os desmiolados não perecem de vez. Mas mesmo lá nos rincões da Europa registram-se surtos. As ideias não parecem de uma vez para sempre. Centenas de policiais e promotores de Justiça alemães prenderam há poucos dias, oito indivíduos, sob suspeita de tramarem um golpe de Estado e de estabelecerem estruturas governamentais e sociais inspiradas no nazismo.

Os malucos de extrema direita buscavam dar um golpe na Saxônia e outros estados, que compunham a antiga Alemanha Oriental. Seriam vinte integrantes em atividade desde 2020, promovendo treinamentos com armas. 

Os “Separatistas da Saxônia”, como se autointitulavam, defendiam o “colapso da civilização” e pregavam uma ideologia “nazista antissemita”. O grupo, adepto da teoria do “dia X”, projetava para breve a falência dos governos, criando a oportunidade de estabelecer ocasião para uma nova ordem. 

A teoria desses lelés da cuca se assemelha em diálogos dos militares extremados dos Estados Unidos, segundo o “New York Times”, esta semana; aqueles que elegeram Donald Trump penando em expulsar os latinos que vivem ao Norte do Rio Grande.

Há doido para tudo em todos os tempos. No Brasil, também há os espertalhões, que agem em todos os flancos, embora o Ministério Público agora já aja com mais vigor. Difícil vencê-los, mas não impossível.

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