Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O drama cotidiano

Publicado em 01/02/2025 às 06:00.

Se as temperaturas alcançaram índices muito acima do costumeiro nesta época do ano, o mesmo se poderia dizer do nível da criminalidade cá nas montanhas. Os jornais enfatizam que os homicídios dispararam na capital e na Grande BH. Os mineiros aderiram à onda de violência e morte?

Para o jornalista Luiz Carlos Azedo, o negacionismo de Trump faz mal à saúde e prejudica o clima. Verdade que poderá comprovar-se não longe no tempo, já que umas das promessas mais claras de Trump é que a grande nação do Norte se desligará de vez da participação em cuidar do clima, como previsto na conferência de Paris. Péssima notícia, mas não a primeira. 

Na capital mineira, na penúltima semana do primeiro mês de 2025, se o clima seco, quente ao extremo, sem a brisa das montanhas desanimava os trabalhadores, sobretudo os obrigados a laborar sob o sol, os periódicos informavam ainda em 2023 e 2024, os dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública mostravam crescimentos de 26,6% no número de vítimas de homicídio em Beagá e de 24,15% na Região Metropolitana. No interior, a elevação foi de 9,8%. Um especialista explicou: o fenômeno se deveu ao acirramento das rivalidades e de ações decorrentes por facções de foras da lei. 

O calor aquece a ação criminosa?

A carne bovina também subiu até 30% em um ano na capital e na Região Metropolitana de BH. Simultaneamente, assiste-se ao triste espetáculo de vítimas da gastroenterite e outros males sazonais e não encontram atendimento em hospitais para pronto atendimento. Fazer o que?

Em meio às más notícias, não poucas ou inexpressivas, finalmente fez-se a decantada seleção de empreiteiras para a construção da BR-381, tristemente apelidada de rodovia da morte. Do jeito em que se encontrava, resultava em um acidente a cada 12 horas.

No elevado rol de más notícias, embora o festival de ostentação por aí, é trágico confirmar que o Ministério da Saúde não está disponibilizando ao SUS, que tem prestígio internacional, 76 itens, dos quais, 64 já extrapolaram o prazo de 180 dias estabelecido. Por falar nisso, não podemos perder o ensejo de denunciar a dificuldade financeira de Minas e do Vale do Jequitinhonha. É uma nova tragédia, se se considerar o relevante serviço prestado pelo Samu. Até quando? Perguntamos nós, repetindo Cícero na velha Roma.

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