O Brasil é incontestavelmente uma das nações mais ricas em atrações, ou para os estudiosos ou para os curiosos. Nos oito milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados de seu território, há um verdadeiro universo a ver, conhecer e admirar. No entanto, pecamos pela falta de estrutura e de iniciativas que facilitem o turista ou pesquisador em seus objetivos.
Não é preciso ir longe. Aqui mesmo, na capital dos mineiros, com mais de cem anos de inauguração como sede de governo, temos exemplos, um dos quais típicos. É o de um belo parque implantado em recanto privilegiado.
O Parque Municipal Julien Rien, inaugurado em 1978, possui 14.400 metros quadrados. Localizado na região Centro-Sul da capital, no bairro Anchieta, conta com extensa escadaria percorrendo toda sua área e ligando as duas entradas: uma na avenida Bandeirantes e outra na praça Marino Mendes Campos.
Além de ser sítio de preservação de nascentes, o parque é região de proteção ambiental e integra um cordão de parques (das Mangabeiras, Fort Lauderdale, Mata das Borboletas, Parque JK e Parque das Nações), todos situados no entorno da Serra do Curral.
Sua cobertura vegetal, que ocupa cerca de 80%, é constituída por espécies ornamentais e árvores nativas e exóticas, como tipuanas, calicarpos, cedro, sibipirunas, eucaliptos, entre outros. A fauna é composta pelo mico-estrela e aves, como sabiá, bico-de-lacre e alma-de-gato. Como opções de lazer, o parque oferece uma pista de skate, equipamentos de ginástica e áreas de convivência.
Uma região superfina, no coração da metrópole, com fácil e rápido acesso e todas as gentilezas que uma cidade moderna oferece a seus habitantes e visitantes.
Para saber quem foi Julien Rien, buscamos todos os meios disponíveis. No próprio parque, em sua portaria na praça Marino Mendes Campos, apenas se conhece o nome, sem outras informações.
No Google, consta a implantação do Julien Rien, em 1978, mas sem a data ou mês. No Arquivo Público de BH, nenhuma referência foi encontrada, assim como no Dicionário Biográfico de MG, volumes 1 e 2, e no Biográfico de Construtores e Artistas de BH.
Na Associação dos Moradores do Anchieta e Cruzeiro (Amoran), não conseguimos esclarecimentos sobre a personalidade em questão. O jornalista Carlos Alberto Rocha gentilmente prometeu uma pesquisa nos arquivos antigos da entidade. Na assessoria de comunicação da Câmara Municipal de Belo Horizonte tampouco se encontrou o projeto de lei, que deu origem ao nome do logradouro.
No Arquivo Público Mineiro, a atendente descartou a possibilidade de localizar informações e sugeriu procurarmos a Fundação de Parques e Jardins, o que, aliás, já tínhamos feito. A assessoria de comunicação da Fundação, todavia, nada acrescentou sobre Julien Rien, sequer a data exata de inauguração do parque.
Restaria, assim, recorrer aos jornais, apelando para a Hemeroteca da Biblioteca Pública Professor Luiz de Bessa. Logo, vamos procurar desvendar o mistério recorrendo às páginas de todas as folhas daquele 1978. Que outra solução?