Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O Prêmio Alceu Amoroso Lima

12/10/2016 às 11:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:12

Falecido em Petrópolis em 14 de agosto de 1983, Tristão de Athayde permanece vivo em seus livros, em suas iniciativas no campo cultural, intelectual e religioso, pelo respeito que merece dos brasileiros, 33 anos após. Carioca de nascimento, Alceu Amoroso Lima se dedicou intensamente durante a maior parte de sua profícua existência ao estudo e ao debate dos problemas do homem e do Brasil que pensa.

Foi amigo do jornalista sergipano, advogado e professor Jackson de Figueiredo, também crítico literário e ensaísta, que se acidentou, em 1928, na Pedra do Jacutinga, na Barra da Tijuca, morrendo afogado. 

Jackson, em 1918, convertera-se ao catolicismo e nos anos seguintes fundou o Centro Dom Vital, com objetivo de congregar leigos e religiosos no aprofundamento da doutrina católica, lançando a revista “A Ordem”. Para divulgar a doutrina, usou-a ao Centro, combatendo o liberalismo e o comunismo, ao utilizar todas suas forças, seu discernimento, seu prestígio através de grandes jornais da então capital da República. 

Atuaram Alceu e Jackson na política e na cultura dinamizando a orientação católica, combatendo tenazmente as ideias liberais e o socialismo. Foi o tempo brilhante de jovens como Perilo Gomes, Hamilton Nogueira e Sobral Pinto, e depois de Gustavo Corção. 

Alceu/Tristão seguiu a linha contida no prefácio de “Cartas à Gente Nova”, livro de Nestor Vitor, em que escrevera Figueiredo: “Troquei toda a veleidade para construir por mim só ou com a ajuda deste ou daquele espírito uma filosofia de ação. Preferi ser o humilde soldado que sou da igreja católica e me sinto orgulhoso disto como se fora um rei”.

Na casa de Tristão, em Petrópolis, existe hoje o Centro Alceu Amoroso para a Liberdade, da Universidade Cândido Mendes, aberto à visitação e que divulga a vida e a mensagem de seu patrono, consolidando seu compromisso com a liberdade, a justiça e os valores da pessoa humana. O Centro, criado e mantido pela Sociedade Brasileira de Instrução, promove cursos, colóquios, seminários e debates para difundir uma visão universalista sobre os problemas de nosso tempo, à luz do compromisso cristão e de sua abertura a todos os homens de boa vontade.

O centro, com acervo de 18 mil volumes em sua biblioteca e arquivo, abriga também a correspondência familiar, literária e religiosa do patrono, com 27 mil volumes. Constitui uma fonte insubstituível de informações, inclusive com cartas de D. Sebastião Leme, Jacques Maritain, George Bernanos, Oswald e Mário de Andrade, e até de Franklin Roosevelt.

Nos anos pares, o Centro concede o Prêmio Alceu Amoroso Lima – Poesia e Liberdade, àqueles autores ou grupos literários que mais se distinguem nas letras, qualquer gênero a que se dediquem. Premiados, dentre outros, foram Barbosa Lima Sobrinho, Francisco Whitaker, João Cabral de Melo Neto, Miguel Reale Jr, o nosso Betinho, Adélia Prado, Thiago de Mello e Rubem Alves. 

Em 2016, mereceu a distinção a poetisa mineira Yeda Prates Bernis por indicação do acadêmico Patrus Ananias. A homenageada, que é da AML, pede dispensa de comentários. Faça-se a sua vontade, mas concluo que a outorga será em 8 de dezembro. Em Petrópolis.

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