O jornalista e advogado Paulo Narciso é extremamente cuidadoso na observação do tempo. E muito conhece a respeito, pois está em permanente espreita do Sol e da Lua, dos termômetros e higrômetros.
Em 20 de junho, quando começou, às 19h34, oficialmente o inverno, ele advertiu que aquela seria a noite mais longa do ano e o início da estação mais fria, a terminar em 22 de setembro, quando acontecer o Equinócio de Primavera no Hemisfério Sul.
Olhando para o céu, não notamos que a Terra possui uma “Segunda Lua”, recém-descoberta pela Nasa, que dispõe de equipamentos poderosos e sofisticadíssimos para identificar no espaço o que nós, pobres mortais, não conseguimos. Sem telescópio no Havaí, como possui a agência de Tio Sam, contentamo-nos em somente saber através de ler e ouvir notícias, de imagens via televisão.
Cá na Terra, em nosso país, com pés no chão, sentimos que a situação não é das melhores. Percebe-se pelo semblante das pessoas que há flagrante preocupação, até pela falta de perspectivas. A Receita Federal registra queda da atividade econômica, que – somada às desonerações – fez a arrecadação federal cair em maio pelo 14º mês seguido. Não é novidade, pois. Simultaneamente cresceu o número de consumidores com contas em atraso e CPFs desativados. Traduzindo: 59,2 milhões estão inadimplentes, sofrendo restrições para comprar a prazo e obter crédito. Esse total supera o número de votos dos conterrâneos, que votaram na presidente afastada do poder.
Não ficamos só nisso. Fala-se muito no elevado preço do feijão, a joia da mesa brasileira, mas os preços de todos os produtos essenciais à alimentação estão em espiral ascendente, como o arroz. Evidentemente há automática repercussão entre as famílias de baixo poder aquisitivo.
Os componentes da refeição já consomem metade do salário mínimo líquido do brasileiro, descontados os impostos, e superam a alta do Índice Geral de inflação. Em maio, a cesta básica – carne, leite, arroz, feijão e açúcar – encareceu 2,38% em relação a abril. Em Belo Horizonte, a soma foi de R$ 408,50.
Para levar para casa o suprimento de uma família de quatro pessoas, o trabalhador belo-horizontino gastou R$ 1.225,50, em maio. O tempo precisa ajudar, com chuva na quantidade indispensável, nada de sol abrasador de duração excessiva.
Em meio às dúvidas quanto ao bom futuro do país, a atividade econômica brasileira permanece em queda, persistindo tênues os vislumbres otimistas quanto a mudanças no quadro geral. É preciso paciência.
É prato cheio para o “Dayle News”, em que se mencionam dados sobre a corrupção, entre nós, inclusive entre os ministros do presidente em exercício. Segundo o tabloide, “não há dúvidas” do motivo pelo qual as coisas vão tão mal... Os brasileiros reconhecem que, em busca do tempo perdido, há muitíssimo a trabalhar, além de padecer ainda de muita carência.