Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Oito bilhões mais

Publicado em 29/11/2022 às 06:00.

No dia em que o Brasil comemorou mais um aniversário de Proclamação da República – 15 de novembro de 2022 -, a população mundial fez um registro: passou para 8 bilhões de pessoas. A imprensa pôde aproveitar o fato único, utilizando todos os meios de que dispunha. E o fez bem.

A Organização das Nações Unidas deu ênfase ao título, com justas razões. A entidade considerou “um importante marco no desenvolvimento humano”, mas ressaltou também “nossa responsabilidade compartilhada do cuidar de nosso planeta”.

São obvias as razões, a partir do fato de que “esse crescimento sem precedentes é resultado de um aumento progressivo da expectativa de vida, graças aos avanços em saúde pública, nutrição, higiene pessoal e medicina”.

Os avanços que conduziram à nova cifra apresentam ou representam deveres, dando continuação ao esforço que vinha de 1950, quando o planeta abrigava 2,5 bilhões de habitantes. Foi uma grande vitória, mas estabeleceu uma nova cadeia de deveres à humanidade. E a própria organização internacional, a ONU, advertiu para os enormes desafios para os países mais pobres, onde a evolução demográfica é mais acentuada.

Há de dar-se atenção ao fato e suas resultantes. O planeta ultrapassa a casa dos 8 bilhões de habitantes em meio à Conferência Mundial do Clima, a COP 27, no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, por exemplo.

Os países ricos medem seus deveres, porque eles são os maiores responsáveis pelo aquecimento global, e também dos pobres, que pedem ajuda para enfrentá-lo, de chegarem a um acordo para reduzir de forma mais contundente as emissões de gases de efeito estufa derivadas das atividades humanas.

Uma pesquisadora da ONU foi enfática: “Nosso impacto no planeta é determinado muito mais por nosso comportamento de que por nossos números”. Traduzindo: teremos de trabalhar e produzir muito mais para dar conta do recado, milhões de bocas que exigem mais alimentos e milhões de corpos mais assistência.

Ainda bem que não somos a Índia. Esta, com 1,4 bilhão de habitantes, superou a China e já é o país mais habitado do mundo.

Neste fim de ano, cabe-nos, pois, meditar sobre o que cada habitante da Terra precisará fazer para diminuir o impacto da nova ordem das cousas. Ou, então, caminhar fragorosamente para o destino final, para o qual nós estamos preparando nuclearmente. 

Não se trata de um mero aviso, mas de uma tragédia amplamente anunciada. Cada homem de nosso tempo e desta hora tem grave responsabilidade nesta emergência. O destino da humanidade está nas mãos de cada um e de todos.

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