Naremdra Modi foi empossado como primeiro-ministro da índia na primeira quinzena de junho, assumindo seu terceiro mandato consecutivo. A cerimônia, no Rastrapati Bhavan, em Nova Delhi, contou com a presença de milhares de dignitários, inclusive líderes regionais, astros de Hollywood e empresários que são apenas indianos.
Modi é o segundo líder, depois de Jawahardal Nehru, a conquistar um terceiro mandato consecutivo. E citando o nome de Nehru, lembramos os primeiros tempos da Índia pós- Gandhi, evidentemente libertos da colonização britânica.
Nem tudo, porém, mudou completamente dos tempos ingleses. O recente resultado foi considerado um revés, pois as pesquisas apontavam uma vitória maior. Por outro lado, o governo enfrenta desafios internos como a falta de empregos, altos preços, baixos rendimentos e as divisões religiosas. Mas Modi quer serenidade, como enfatizou com tom conciliatório após o pleito, ressaltando a importância da maioria para governar o país.
Diz o articulista: “Lá reina a paz dos cemitérios e qualquer voz que se eleva é logo silenciada, às vezes para sempre. Nas democracias, ao contrário, reina o vozerio e o movimento, porque a população é livre para eleger ou derrotar os governos sem temer pela sua vida, seus bens ou sua liberdade”.
Os resultados das eleições nas nações democráticas levam a conclusões semelhantes. Assim, em nenhuma parte, a maioria da população está satisfeita com a situação em que vive e com o governo no poder. A evolução da economia capitalista combinada com as novas tecnologias de informação trazem grandes mudanças na vida das pessoas e os sistemas políticos se tornam anacrônicos.
Não é só. As esferas da vida econômica e social e a da política estão muito separadas, situadas em planos diferentes. A solução seria adaptar às mudanças da vida real os sistemas de reformas. Aí mora a questão central: os políticos em toda parte prometem mudanças fundamentais, menos do sistema que os elege.
Consequência: da dissonância resultam o descontentamento com os governos, estendendo-se até a democracia, coitada!