O Brasil continuou sendo descoberto em pleno século XXI, o que nos alegra e incentiva. Não somos encontrados apenas pelos espertalhões e organizações criminosas, que enchem os noticiários dos veículos de comunicação a cada dia e hora. Ainda bem. Assim, verificamos que a geógrafa Márcia Maria Duarte dos Santos, especialista em cartografia histórica, docente da Universidade Federal de Minas Gerais, em que é pesquisadora do Centro de Referência em Cartografia Histórica, oferecerá nova contribuição ao conhecimento da importância para Minas e o Brasil do médico e diplomata Georg Heinrich von Langdorff, o barão de Langdorff (1774-1852).
Conto agora. Em março, a professora estará no seminário sobre a vida e a obra do importante homem da ciência, de que pouco se lembra e se sabe atualmente. O encontro será no Instituto Cultural Amilcar Martins, em Belo Horizonte, na rua Ceará, um muito especial para eventos dessa natureza. Será ocasião muito propícia ao aprendizado sobre o barão, na primeira metade do século XIX.
Então veio para passear e conhecer a beleza desta parte do mundo. Diplomata, naturalista e médico, começou a aproximar-se do Brasil, quando, com o príncipe Waldeck, da Alemanha, visitou Portugal, onde introduziu, aliás, a vacina.
Numa vez posterior, esteve a serviço do governo russo, que o nomeou encarregado de seus negócios por aqui, em 1815.
Foi quando explorou cuidadosamente a terra e sua flora, tomando-se de entusiasmo. Voltou à pátria e, dois anos após, estava de regresso ao Brasil, já com consagrados naturalistas e o pintor Rugendas, este nome prestigiado até hoje. Por quatro anos, perambulou pelos sertões brasileiros, coletando material considerado extraordinário do ponto de vista de valor científico, levado em coleções para estudos na Europa.
Além de muitos relatórios valiosíssimos e inúmeros manuscritos de valor incalculável, que estão à disposição da ciência até nossos dias. No terceiro mês de 2025, a professora Márcia Maria destacará no UCAM, aspectos geográficos relativos ao roteiro cumprido pela expedição e sobre as observações de Langdorff com relação aos povos visitados, as propriedades agrícolas e os movimentos migratórios da população.
O naturalista alemão é autor de “Estudos escolhidos durante a viagem dos Russos à volta do Globo”; “Observações feitas durante uma viagem“ e “Memória acerca do Brasil”.
Daí se concluir que os russos então não demonstraram assim como os alemães, interesse pelo que é nosso, diferente do quando se mobilizaram o século XX por motivos ideológicos ou meramente comerciais.