Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Passado condenável

Publicado em 10/01/2024 às 12:55.

O Brasil aguardou doze meses para saber como os brasileiros se comportariam sobre os lastimáveis fatos e acontecimentos de oito de janeiro de 2023. Transcorrido um ano do espetáculo de invasão dos prédios d de sede os três Poderes, na capital federal quando já se divulgara à suficiência as cenas de destruição de bens públicos por grupos de pessoas aparentemente ignoradas, queriam os nascidos nesta parte da América do Sul conhecer a disposição de espírito e de conduta dos que tantos danos causaram a instituições públicas.

A Imprensa acompanhara, como sempre atenta, à formação de segmentos populares à porta de quartéis do Exército nas capitais. O que pretendiam, o que tramavam, jamais foi claramente exposto, mas se conheciam as motivações político-partidárias ou ideológicas que os congregavam. Manifestações antidemocráticas se organizaram em Belo Horizonte, em frente à Companhia de Comando da 4ª Região Militar, na avenida Raja Gabaglia, região Oeste da capital. 

Naquele local fazia cerca de dois meses ali se haviam instalado prejudicando o trânsito de veículos e pessoas, grupos suspeitos de se prepararem para atos desvirtuadores da pacífica movimentação dos belo-horizontinos. Foi quando um repórter fotográfico deste jornal foi perseguido por alguns daqueles tenazes e contumazes burladores da ordem, tentou esconder-se detrás de um carro, e foi lançado pelos perseguidores, e em seguida arrasto no chão, recebendo socos, pontapés e pauladas.

O profissional sofreu corte na cabeça, sendo levado a uma unidade de saúde. A câmara foi roubada e as lentes destruídas, acionando-se a Polícia Militar. Depois da destruição em Brasília, repetiam-se os atos de força contra quem apenas cumpria o seu dever.  E não estava. Em outros seis estados, registraram-se atos semelhantes, que ferem os mais elevados sentimentos de patriotismo das gentes deste país. 

Não se falou do nome do profissional agredido, como foi assistido e quais as punições impostas aos autores das pancadas. Silêncio depois da bravata. E a liberdade, e a violência ficaram somente registradas nos livros próprios.

Entretanto, o trabalhador tem pelo menos contar com garantia para exercício livre e seguro de sua missão.

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