Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Redes: prosa e verso

Publicado em 17/08/2024 às 06:00.

Rogério Medeiros acaba de publicar mais um livro. Ali se lê: “Ao longo da vida estudantil, gostava de apreender os meandros da Língua Portuguesa e redigir trabalhos escolares”. A Faculdade de Direito foi muito propícia ao aprimoramento dessa aptidão inata. 

Com mais de três décadas de atuação como promotor de justiça, juiz de direito e desembargador, escrevo, escrevo, escrevo... Dia e noite. Noite de dia. Adiante: “O correr dos anos mostrou-me que a memória humana é um “fichário”. Nesse inconsciente é excelente “arquivista”; quando escrevemos algo, ele traz à tona informações armazenadas há tempos. 

E escrever, de fato, é muito prazeroso, Graham Greene proclamava: “Não entendo como existe gente que pode viver sem escrever”.

O colombiano Gabriel Márquez – laureado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1982, assinalava: “Acho que um autor nasce, ele não é criado. Ele nasce com o dom e o talento, e tudo que é preciso é aprender a escrever”.

Pois Rogério Medeiros, cujo nome completo é Rogério Medeiros Garcia de Lima, membro de nossa magistratura, desembargador, 3º vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, lançou recentemente mais um livro pela Editora Bretas – Del Rey; Nome: “Redes sociais em prosa e verso”.

Apresentação gráfica excelente, com papel digno, capa a cores de autoria de Mirella Spinelli. E o autor começa o conteúdo contando sobre sua vida, iniciada em São João del-Rei, em oito de setembro (um dia após a Independência, mas em 1961). O pai, médico pediatra, e a mãe professora de Inglês; ele também de São João e ela nascida em João Pessoa, agora capital da Paraíba. 

Em seguida, vêm as três centenas de textos da melhor qualidade, porque nisso a gente mineira se esmera. Relata que, no decorrer da vida, publicou livros e artigos jurídicos, artigos literários e crônicas jornalísticas. Foi professor universitário por mais de duas décadas, gosta de ministrar palestras, é casado e tem três filhos, todos homens. 

Neste primeiro “papo”, confessa que sua “longa vivência mostrou que o Brasil é uma promessa ainda não cumprida”. Acrescenta: “Ultrapassados os meus sessenta anos de idade, faço coro com o antropólogo Darcy Ribeiro: Fracassei. Não no plano individual, porque a vida tem sido generosa comigo; mas fracassei em uma perspectiva geracional. Falhou a minha geração. Não foi capaz de mudar a cara do Brasil e construir um país desenvolvido, justo e íntegro. Tristeza maior: ingressamos numa era de maniqueísmo, intolerância e ódio”.

O que o autor aduz em conteúdo merece e deve ser lido. Como ora faço.

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