Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Saúde exige recursos

Publicado em 15/11/2022 às 06:00.

Não transposto o período político-eleitoral, já que muita água passará sob a ponte até que o novo presidente assuma o cargo, já pensamos no Natal com as perspectivas venturosas que ele nos propicia. Tempo bom para as crianças, que tanto aguardam, e com ansiedade até, os dias de feliz convivência que a época nos traz. Mas, lamentavelmente, nem tudo inspira paz e alegria.

Estamos às voltas com uma nova variante de coronavírus que causa medo, se não pavor, a determinados países europeus. Seria, talvez, uma antevisão do que o periódico “Frontiers in Public Health”, dos EUA, anunciava: o corona se tornaria doença sazonal respiratória, com consequências maiores no inverno. A publicação acrescentava: “A Covid veio para ficar e continuará a causar surtos ao longo do tempo até que a imunidade coletiva seja atingida”.

Não se trata, pois, de um horizonte muito promissor. Para o Brasil que continuará o nosso, apesar do pleito e do desejo dos médicos e de todos os aqui nascidos ou daqui habitantes, há algo que nos deixa mais preocupados: o orçamento previsto para a área da Saúde no próximo ano – que começa daqui a pouco – é o mais baixo desde 2014. As despesas primárias no setor, que alcançaram R$ 203,8bilhões no ápice da pandemia, isto é, em 2021, devem decrescer para R$ 145,4 bilhões para o próximo exercício, em valores reais corrigidos pela inflação, da qual não se sabe tudo.

Vamos acrescentar: em comparação com o ano passado, que somou R$ 162,9 bilhões, a redução prevista é de 10,1%. A doença ganha vigor e dimensões e o disponível para combater nossos males simplesmente aumentam.

Cerca de 150 milhões de pessoas (70% da população brasileira), dependem exclusivamente do SUS. Conforme pesquisas realizadas em setembro, 44% dos usuários da rede pública apontam o tempo de espera como um dos três principais problemas. Com relação à superlotação, o índice é de 38%.

O Ministério da Saúde, em nota técnica, registra que a ampliação mínima em ações e serviços públicos de saúde deveria ser de pelo menos R$ 149,9 bilhões em 2023, bem longe do que temos à frente. Como será o comportamento da sociedade, principalmente nos segmentos mais frágeis?

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