Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Sob nova direção

Publicado em 13/05/2023 às 06:00.

Cumprindo dois mandatos à frente da Academia Mineira de Letras, seu presidente Rogério Vasconcelos Faria Tavares entregará para cargo a seu sucessor, Jacynto Lins Brandão, eleito sem a polarização registrada no âmbito da administração pública federal. Tudo transcorreu na maior tranquilidade, embora com entusiasmo que o pleito impôs por óbvias razões. A primeira por sinal era lícita: Rogério, pelos estatutos, não poderia concorrer uma terceira vez, enquanto o segundo mandato terminava.

O presidente está com a consciência tranquila. Fez o que podia e talvez mais para dar à centenária entidade o vigor e as inovações que os tempos obrigam, já que fundada em Juiz de Fora, passou dos cem anos. Muita coisa evoluiu, as pessoas são outras, embora permaneça aquele interesse por oferecer, a cada eleição, vitalidade e juventude à veterana instituição. 

Nestes anos mais recentes, a AML ingressou no universo virtual, tornando mais acessível sua riqueza a novos públicos, o que já constata por ter produzido resultados notáveis, inclusive disponibilizando  palestras, entrevistas e debates em seu canal do YouTube.  O ainda presidente elencou uma série de inovações, que honram os que ocupam cadeiras em sodalício tão respeitável.

Ainda neste mês, assume o cargo o professor Jacynto Lins Brandão, nome dos mais prestigiados de nossas letras e de nosso magistério universitário. Professor emérito da UFMG e um dos tradutores mais respeitados do Brasil, é profundo conhecedor da poesia clássica e devotado estudioso da literatura antiga, aparecendo em nossos meios literários com destaque como pesquisador, romancista e tradutor. 

Ao chegar agora aos 69 anos, Jacynto surge no cenário como poeta, cujo conteúdo se liga ao trabalho que vem desenvolvendo durante os 41 anos de carreira acadêmica. “Mais (um) nada”, lançado pela Editora Quixote+Do, é um livro grave, “escrito pelo viés de uma percepção pessimista do mundo”. Seus versos passam pela reflexão presente, de perda coletiva vivida no Brasil e no mundo.  O autor mesmo diz: “o livro traz reflexão que se aplica este momento de perda, reflexão sobre o nada, a efemeridade das coisas humanas”. 

O que não é efêmero é a Academia e os planos de Jacynto, dando sequência aos que empreendera o seu antecessor. Ainda bem.

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