O homem tem o vezo da destruição e, daí, a situação climática desesperadora que atravessamos. E não há, à primeira vista, solução a curto prazo porque não existe possibilidade de transformação do ser humano em tempo hábil. No Brasil, a primeira e fundamental providência seria através da educação.
Em Belo Horizonte, na primeira semana de abril, tivemos a demonstração de como estamos expostos às intempéries. A ventania furiosa derrubou inúmeras árvores e provocou brusca e radical queda de temperatura. Os ventos chegaram a 85 km/h, equivalente ao nível 9 da escala Beaufort, que vai até 10, como explicaram os técnicos. Equivale dizer que quase se alcançaria a potência de um furacão, em alguns locais.
As causas do problema já têm sido suficientemente divulgadas e não se poderá ignorar o que acontece. No mesmo período, uma mineradora foi multada por destruição de caverna por mineração localizada em Ouro Preto. Trata-se da Mina Petrônio, cujas atividades se achavam suspensas após novas fiscalizações, que confirmaram destruição de uma caverna não declarada nos laudos ambientais para licenciamento do empreendimento.
As advertências dos pesquisadores e cientistas não conseguem sensibilizar os que fazem de conta que ouvem, mas não entendem. Assim, em linguagem cotidiana e leviana, tudo fica como está para ver o que acontecerá. Os religiosos apelam a Deus.
Em Belo Horizonte, Dom Walmor, arcebispo metropolitano, recorre ao prévio aviso do Papa Francisco. “A Terra mostra evidentes sinais de esgotamento – pelas catástrofes, pela escassez de água e tantos outros fenômenos terríveis mundo afora, sem contar as perspectivas que se delineiam para um futuro não tão distante, possíveis de se reconhecer a partir de sérios trabalhos científicos. Os estudos são convincentes quanto à urgência de ações e providências que já estão atrasadas para reverter uma triste realidade: a disseminação de comportamentos irresponsáveis e do criminoso tratamento dedicado ao planeta, brincando com a Criação de maneira desrespeitosa. ”
A atual relação do ser humano com o planeta coloca em perigo a vida. Uma situação que precisa ser mais reconhecida, com a partilha de informações consistentes e cientificamente embasadas, inspirando uma sensibilização impulsionada por parâmetros humanísticos e pela luz da fé.