Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Um centenário válido

Publicado em 18/10/2022 às 06:00.

Estamos no fim do ano. Mas ainda há muito a registrar, mesmo a festejar, antes que se mude o calendário. Entre os fatos presentemente dignos de comemorar, lembro o centenário de inauguração do Hospital São Lucas, o primeiro por aqui com as características que ele impôs à cidade. Considerado o primeiro de elite entre nós, no Dia do Médico e de São Lucas, um apóstolo que não conheceu Jesus, ele foi entregue à população em 18 de outubro de 1922, um ano marcado por acontecimentos importantes em nossa história.

Com suas dez décadas, o estabelecimento não ficou estacionado no tempo e nos registros oficiais ou sociais. Personalidades lá nasceram, mesmo um chefe da nação, os vultos importantes da política, das artes e da vida social por lá passaram e encontraram a necessária assistência. Tecnicamente, acompanhou a evolução que acontecia nas nações mais progressistas e interessadas em oferecer tratamento de alto nível a sua clientela.

Sigo a crônica do São Lucas, há décadas, até porque por lá passaram pessoas de minha família em busca de assistência imprescindível. Os nomes que integram seu corpo clínico estão inseridos na história da medicina mineira, e não esqueceria Juscelino, Júlio Soares, Lucas Machado, Dario de Faria Tavares e dezenas de outros, suficientes para ocupar toda esta coluna. Todas as pessoas que viveram este longo período da existência de Belo Horizonte têm o que contar sobre o estabelecimento da avenida Francisco Sales com Ceará, completando o quarteirão com Otoni e avenida Brasil.

Recordo com saudade e reverência aquele trecho da capital, em que aproveitei longo período de juventude, de estudo e de consolidação de velhas amizades. Constato, com alegria, que o São Lucas cumpre religiosamente seu dever, como ensinou o seguidor de Jesus, evangelista que não o conheceu, mas soube acompanhá-lo nos mais nobres sentimentos e nas lições de solidariedade e de amor ao próximo.

É bom dizê-lo.

Naquele ano já distante, mas não remoto, inaugura-se o São Lucas, para acolhimento de pacientes com recursos necessários à assistência recebida. Com essa pecúnia, mantinham-se os indigentes do outro lado da avenida Francisco Sales.

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