Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Um homem-bomba

Publicado em 26/11/2024 às 07:00.

O cidadão deste país acompanha com preocupação os acontecimentos mais recentes registrados em Brasília. Refiro-me ao caso específico do apelidado homem-bomba, que provocou um alvoroço não apenas na capital da República. Em verdade, num mundo assoberbado por acidentes e incidentes de múltipla natureza, em que os problemas climáticos ocasionam danos imensos e as guerras como a da Ucrânia e do Oriente Médio deixam traumas e tragédias, de grande extensão e profundidade, a maior nação do hemisfério Sul das Américas se sente também abalada em seu histórico pacifismo, como disse.

Afinal, quem era esse indivíduo trinômico - Francisco, Wanderley, Luiz que surgiu do nada, como se diz hoje - para causar tanto transtorno, que não era o primeiro e único- na sede do governo federal? Quais suas verdadeiras intenções e projetos? Era ligado ao grupo terrorista ou mero instrumento de núcleos políticos ou ideológicos aos quais interessa a prática do quanto pior, melhor?

As primeiras investigações pareciam claras na voz das autoridades. O diretor-geral da Polícia Federal foi suficientemente claro em sua exposição inicial: “Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Entendemos que esse episódio não é um fato isolado, mas conectado a outras ações, que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado em seu período recente”. Como não poderia deixar de ser, Andrei Rodrigues, da PF, relacionou o caso aos ataques de 8 de janeiro e se posicionou contra a anistia a golpistas.

Trata-se, pois, de abolição do Estado Democrático de Direito e terrorismo. Houve premeditação das ações, pois a presença do chaveiro em Brasília já fora constatada em ocasiões anteriores, artefatos encontrado no carro de sua propriedade e no local alugado para permanecer na capital do país, atribuindo-se a ação à radicalização de grupos extremistas. 

Que grupos serão estes? Um chaveiro do interior do estado sulino não teria condições financeiras para aquisição de instrumentos indispensáveis a seus planos. De onde vieram os recursos? Muito se gastou nos deslocamentos desde Santa Catarina, na compra de carros e do instrumental para o ataque, felizmente para cidadão, do país, não deu certo.

Os órgãos de segurança têm muito a nada a apurar. E em tempo recorde, porque nãos e sabe exatamente o que há por trás de tudo.   
 

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