Há notícia para todos que se interessam pela história de Belo Horizonte. Tem-se de convir que, embora a capital seja nova, pois inaugurada, em 12 de dezembro de 1897, já há divergências sobre fatos ocorridos nestes pouco mais de cem anos de existência. É conveniente e indicado, pois, que se vá, desde já, esclarecidas as dúvidas que, aliás não poucas e raras.
Dir-se-á que a obra de Abílio Barreto pode aclarar distorções pretéritas, mas não é tanto assim. A bela contribuição do escritor registra fatos e feitos que poderão até ser ponto de partida para iluminar e desvendar incógnitas ou má interpretações do passado. Bastaria comparar anotações existentes entre a própria obra de Barreto com as contidas em condições do historiador Waldemar de Almeida Barbosa, por exemplo, mas isso não é tudo.
Daí a importância da grande pesquisa bibliográfica sobre a história da capital e do estado visando à preservação da memória.
À frente dessa iniciativa está o Instituto Cultural Amílcar Martins, o ICAM, com apoio do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura.
A partir do trabalho programado, serão elaboradas duas publicações, viabilizadas por parceria da SMC/PBH com o Ministério Público de Minas Gerais, ao qual, aliás, já se devem outras atividades valiosas à defesa de nosso passado. Numa primeira fase, as referências bibliográficas, abrangerão o conjunto de informações sobre os 300 anos de história de Minas completados em 2020, e, em segunda etapa, as específicas sobre a historiografia dos 125 anos de Belo Horizonte, completados em 2022.
Com a concretização do projeto, além de democratizar o acesso às informações e iniciativas à pesquisa histórica e cultural, com a conclusão do trabalho se disponibilizará a programação on-line do atual catálogo da Coleção Mineiriana, um esplêndido presente que o ICAM deu a Belo Horizonte nos anos mais recentes.
Para completar o raciocínio, acho que é dever reconhecer publicamente o que de positivo tem sido feito pelo ICAM e pelo Arquivo Público de Belo Horizonte em favor de nossa cultura e de nossa história. Tudo silenciosamente, mas com o esmero que a causa exige.