Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

União nas Américas

Publicado em 31/05/2023 às 06:00.

Países da América Latina pretendem organizar uma entidade que represente os 12 do subcontinente, independente do viés ideológico do governo, segundo o Palácio do Planalto.  Gisela Padovan, secretária da América Latina e Caribe do Itamarati declarou: ‘nós temos a consciência de que há diferenças de visão entre os vários países, diferenças ideológicas, e, por isso mesmo, consideramos um começo; que os países se sentem à mesa e dialoguem, busquem pontos em comum para retomar esse movimento tão importante”. 

E é para já, segundo o Planalto que agendou uma reunião para este princípio de junho. Confirmaram presença os presidentes da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai, Venezuela. O encontro tem como  objetivo retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo atual. Há pelo menos sete anos que não ocorre um encontro desse porte.

Sabemos que a situação nas Américas de língua espanhola não é das mais benévolas. Basta ler o noticiário dos jornais com certa atenção e algum cuidado. Da América Central é o que se sabe, com grande parte da população sonhando em transferir-se para os Estados Unidos, com as dificuldades imensas para atravessar o Rio Grande, com reportagens chocantes que as televisões mostram. 

Na Colômbia, embora o presidente seja um antigo revoltoso, o problema é enfático e as autoridades de lá estão vindo ao Brasil para aprender métodos de luta com ferramentas mais eficientes. O Equador está em polvorosa, o mesmo se podendo observar com relação ao Peru e Chile. A Argentina está quase em frangalhos, com a inflação em 10%. Pode-se dizer que salva-se quase apenas o Uruguai. Sobre o Brasil, ninguém conhece mais do que nós mesmos.

Mario Vargas Llosa, o escritor hispano-peruano, Prêmio Nobel de Literatura em 2010, além de detentor de outras altas distinções em outras plagas, é um vibrante acompanhador do que acontece neste território nosso.

Fácil usuário da linguagem de sua pátria, Llosa é daqueles que não apenas gosta de falar em tom alto, além de escrever. Há algum tempo, afirmou: “nós, latino-americanos, somos sonhadores por natureza e temos problemas para diferenciar o mundo real e a ficção. É por isso que temos ótimos músicos, poetas, pintores e escritores, e também governantes tão horríveis e medíocres”.

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