Como a busca por bem-estar vai afetar o mercado de trabalho em 2025?

Publicado em 31/01/2025 às 06:00.

Mariana Cerone*


Uma verdadeira revolução está em curso no mercado de trabalho: 62,87% das empresas brasileiras planejam ampliar os investimentos em benefícios corporativos em 2025, com 22,8% prevendo aumentos significativos, de acordo com um levantamento da Onhappy. Essa mudança reflete a crescente valorização do bem-estar no ambiente profissional, que se tornou um dos principais pilares para atrair e reter talentos.

Com a consolidação da geração Z no mercado, novas expectativas estão moldando o futuro das relações trabalhistas. Programas de desenvolvimento pessoal e bem-estar físico estão entre as demandas mais valorizadas por uma força de trabalho que prioriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Essa tendência aponta para um mercado mais competitivo, onde as empresas que investem em qualidade de vida terão uma vantagem estratégica.

A urgência dessa mudança é reforçada pelos dados de rotatividade. Em julho de 2024, o Brasil registrou um recorde de 747.164 demissões voluntárias, um aumento de 10,1% em relação ao mês anterior, segundo pesquisa da FGV. No acumulado de 12 meses, essas demissões somaram 8,08 milhões. Entre as principais razões estão os salários baixos (32,5%) e a busca por novas oportunidades (36,5%), conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esses dados refletem a insatisfação crescente com condições de trabalho inadequadas e destacam a necessidade de políticas de benefícios mais robustas para garantir a retenção de talentos.

Atentos a essa realidade, os departamentos de RH já estão incorporando o bem-estar como um pilar central nas estratégias para 2025, alinhando-o à gestão eficiente de recursos e investimentos. As companhias estão formando parcerias estratégicas com especialistas em benefícios, capazes de criar uma cultura organizacional que promova um clima ético e justo, equilibrando os objetivos da empresa com as necessidades dos colaboradores.

Focar no bem-estar e na qualidade de vida não só demonstra preocupação com a satisfação no ambiente corporativo, mas também fortalece a imagem das organizações como marcas empregadoras desejáveis, impulsionando também a produtividade. Programas de suporte psicológico, incentivo ao lazer e ambientes de trabalho saudáveis se tornam diferenciais competitivos em um mercado cada vez mais dinâmico.

Em 2025, o bem-estar deixará de ser uma simples tendência para se consolidar como uma necessidade estratégica para o sucesso dos negócios, a retenção de talentos e a criação de uma sociedade mais feliz e saudável.

* Head de Marketing e Produtos da Up Brasil

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