Ordem e respeito

Publicado em 09/07/2016 às 06:00.Atualizado em 16/11/2021 às 04:13.

Aristóteles Drummond*

Além da crise na economia e na política, vivemos um momento preocupante no que toca ao trato das boas normas do convívio civilizado, prejudicando ainda mais a qualidade de vida do cidadão. E tendo como ponto de partida a estranha defesa de infratores de toda ordem em detrimento do apoio às autoridades, a começar pelas policias.

No entanto, o ponto mais grave é a educação. As escolas, em todos os níveis, vivem a indisciplina, a falta de respeito ao professor e estes demonstram desinteresse pela missão tão nobre que é a de educar. Até de na apresentação deixarem a desejar. 

O poder público, indiferente aos reclamos da maioria silenciosa da sociedade, não faz uso legítimo da autoridade para afastar alunos nocivos a paz nas salas e pátios, muito menos coibir o desleixo e absenteísmo no magistério. Nunca se publicou o desconto de faltosos nas repartições públicas no Brasil, como ocorre nas empresas privadas e no resto do mundo desenvolvido.

Apenas no interior sobrevivem hábitos salutares, como o hasteamento da bandeira, o canto do Hino Nacional e as comemorações das datas e dos grandes vultos da história. Moral e civismo e semana da pátria desapareceram dos currículos. 

Nas ruas, a desordem é a norma, incluindo o som abusivo em automóveis, a sujeira nas calçadas, a presença de passageiros descamisados nos coletivos, a ocupação de espaços pela “população de rua”, constrangendo quando não ameaçando o cidadão e contribuinte. Estas aberrações já entraram no cotidiano das cidades e a falta de reação da sociedade leva o Estado a se omitir. Não pode nem deve ser assim.

Esse afrouxamento na aplicação de limites e uso da autoridade provoca a má formação do cidadão, formando uma cultura da indisciplina, do desrespeito aos direitos do próximo, estimulando a impunidade de delitos de toda natureza, desde uma infração de trânsito a venda de produto adulterado, passando pela sonegação e o desleixo na manutenção de bens públicos de uso comum. Tudo entregue ao puro vandalismo. No tempo de nossos avós, não era assim!

(*) Jornalista e escritor

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