A escola mineira da vida pública é muito especial e abrangente. A vocação para ser útil às comunidades, municípios, estado e no plano nacional marca os homens públicos.
A história registra a contribuição no plano nacional de eminentes políticos como João Pinheiro, Gustavo Capanema, Magalhães Pinto, Milton Campos, Bilac Pinto, Murilo Badaró, Bonifácio Andrada, Tancredo Neves, JK e Itamar Franco, entre outros.
Mas foram muitos os que nunca quiseram sair dos limites do Estado e de seus municípios, em carreiras de verdadeiro sacerdócio à comunidade. Nome maior foi o de Pio Canedo, uma referência de sabedoria política que nunca quis deixar de exercer mandatos em Minas, onde foi vice-governador de Israel Pinheiro.
Barbacena vem de dar o oitavo mandato ao vereador Amarilio Andrade, que é um admirável exemplo de dedicação ao eleitor e às boas causas. Hábil, manteve sempre boas relações com as famílias que dominam a política local, Bias Fortes e Andrada, tendo se ligado desde sempre a Tancredo Neves, eleito com base na vizinha São João del-Rei. Barbacena muito deve ao idealismo de Amarilio, especialmente na área da saúde. O jornalista Idinando Borges, testemunha da história recente na cidade, identificou Amarilio como raro político que beira a unanimidade no reconhecimento de todas as forças políticas da cidade.
Tiradentes tem no prefeito Nilzio Barbosa, conhecido como Pinto, um caso singular pelas sucessivas eleições. Pinto sempre ficou na cidade a qual dedicou sua vida. Curvelo tem no ex-prefeito Maurilio Guimarães outro caso de fidelidade, sendo que exerceu funções no primeiro escalão estadual, mas voltado para atender aos interesses da cidade.
Muitos que tiveram sucesso a nível nacional procuraram encerrar as carreiras na terra natal. Assim foi com Murilo Badaró, em Minas Novas, e Olavo Drummond, em Araxá, ou incutindo nos herdeiros o culto e o compromisso com a terra natal, como o caso de José Aparecido de Oliveira, que tem o filho José Fernando no terceiro mandato em Conceição do Mato Dentro.
Neste momento em que os políticos andam muito questionados, os homens públicos do interior como Amarilio Andrade mostram que o bom exercício da cidadania no povo está vivo no interior do país, o que é muito bom sinal para a democracia.
(*) Aristóteles Drumond é jornalista