Apesar de não existir receita de bolo, podemos ter atitudes que preservam o nosso bem-estar mental. Afinal, viver implica em saber lidar diariamente com as complicações e instabilidades da vida e para isso não é preciso perder a saúde e muito menos a serenidade e a paz.
Aceitação
Aceitar a vida como ela é não significa concordar, estagnar ou se conformar com aquilo que não está bom. Aceitar significa não comprar lutas perdidas – aquelas cuja situação não temos controle: familiares inconvenientes, tragédias da vida, demissões inesperadas, diagnósticos de doença, evolução do outro entre outras coisas nas quais usamos nossa energia não aceitando ou tentando mudar aquilo que se apresenta. Nossa energia deve ser usada a nosso favor, para nossa recuperação ou alteração da rota e não tentando alterar os fatos. Quem aceita recupera mais rápido. Já quem se revolta ou rumina fica estagnado na dor da constatação lamentando. Aceitar é fundamental para a saúde psíquica. A filosofia de Epíteto nos ensina: “só devemos nos ocupar daquilo que efetivamente está sob nosso controle”.
Saúde física
Sabemos que uma mente equilibrada funciona melhor num corpo saudável. A disciplina do exercício físico, além de ser um autocuidado, o que por si só já tem benefício, ainda ajuda a queimar as substâncias do estresse que o corpo produz. Alimentação saudável também impacta diretamente no nosso bem estar. Além disso, devemos prezar pela qualidade do sono, respeitar o limite da capacidade de trabalho, não abusar do álcool, não usar drogas. Cuidar do corpo físico é fundamental para a saúde mental.
Resolução
Procrastinação é a atitude daqueles que empurram o problema para resolver depois - um poderoso combustível para ansiedade e insatisfação consigo próprio. O contrário disso é a precrastinação, um termo recente criado em 2014 pelo professor de psicologia David Rosenbaum, da Universidade da Califórnia, e que também não significa algo bom, uma vez que tem a ver com uma ansiedade da antecipação e está diretamente ligado ao controle, podendo levar as pessoas a terem atitudes impulsivas.
Nem jogar a poeira para baixo do tapete, nem sair desgovernado fazendo tudo sem pensar, só para ficar livre. O equilíbrio implica em resolver o problema à medida em que ele aparece, de forma madura e serena.
Relações saudáveis
Ter um ciclo de amizade, uma relação afetiva, uma convivência social faz muito bem. Entretanto, o ditado “antes só que mal acompanhado” nos convida a refletir que más companhias são piores do que estar sozinho, visto que além de estarmos desconfortáveis ainda sentimos nossa energia psíquica drenada. Escolher bem as pessoas com quem devemos desfrutar nossa vida faz toda diferença na nossa sanidade mental. Pessoas negativas, que criticam tudo e todos, nada é o suficiente, com o humor modulado para baixo e que reclamam o tempo todo trazem consigo uma aura pesada e têm sempre a habilidade de criar um clima de insegurança, medo e desânimo para seus convivas. Só sai ileso da sua presença quem dispõe de serenidade búdica e blindagem emocional severa. Na falta dessas características, fica a opção da “distância de segurança”.