Ja falei outras vezes sobre o impacto negativo que o ambiente de trabalho pode ter sobre nossa saúde mental, nos levando a estresse, ansiedade, depressão e burnout, mas hoje, aproveitando a semana em que se comemora o feriado do Dia dos Trabalhadores, quero falar sobre o papel importante que o trabalho desempenha em nossa vida emocional.
Há quem deposite no trabalho somente a fonte de seu sustento, mas ele vai muito além disso. Nossa vida profissional também pode ser grande fonte de satisfação, propósito de vida e autoestima.
Devido às grandes responsabilidades e as exigências que a rotina de trabalho nos impõe, pode parecer um alívio não depender da fonte de renda do trabalho para viver. À primeira vista, parece ser um mar de rosas a vida de quem pode se dar ao luxo de não trabalhar ou então ser um herdeiro onde o futuro já está garantido.
Mas nem tudo que reluz é ouro! A rotina, muitas vezes tida como vilã, é também um santo remédio para disciplina. Além disso, ter a maior parte do nosso tempo ocupado também nos obrigada a sermos mais produtivos, com isso conseguimos num curto período fazer muitas coisas.
Tanto uma carga excessiva de trabalho, quanto a falta de uma ocupação que nos traga satisfação podem ter impactos diretos na nossa saúde mental.
É verdade que o trabalho enobrece o homem, e aqueles que têm a oportunidade de trabalhar com o que amam desfrutam de uma grande sensação de bem estar e não sentem o peso da obrigação. Ao contrário, consideram-se privilegiados por conseguirem trabalhar com algo que é genuinamente prazeroso. Quem encontra no trabalho essa fonte de satisfação geralmente não se reconhecem fazendo outra coisa e não tem planos de se aposentar.
Podemos ver o exemplo de músicos como Paul McCartney, Rolling Stones, Willie Nelson que, apesar de ter a carreira consolidada e condição financeira estável, continuam rodando o mundo em turnês cansativas que muito lhes exigem. Mas fazem isso pela satisfação de continuarem ativos e o prazer de realizar algo tão gratificante, mesmo com as implicações que o trabalho exige.
Além disso, não podemos deixar de mencionar algo importante que o trabalho proporciona que é o crescimento da autoestima. O juízo de valor que temos a nosso próprio respeito está fortemente ligado à nossa rotina. Quanto mais executo, ouso, realizo, mais conto para mim que consigo colocar em prática aquilo que me propus, portando me sinto mais confiante e fortalecido emocionalmente. Um círculo virtuoso onde uma atitude alimenta a outra e tende a crescer. O contrário também é verdadeiro. A não vivência disso pode nos levar à sensação de incapacidade, insegurança e menos valia, resultado numa baixa autoestima.
Ter o trabalho como uma fonte de prazer nos faz pessoas mais realizadas, saudáveis e felizes. Em termos de satisfação, não há dinheiro que pague!