Vivemos na ilusão de que somos totalmente livres, porém, experiências do dia a dia nos mostram exatamente o contrário. Muitas vezes, não agimos da forma que gostaríamos por estarmos presos às nossas emoções.
Tendemos a acreditar que “agir com emoção” tem a ver com ser bondoso e amoroso, enquanto “agir com a razão” está ligado a ser frio e calculista. Mas isso é um equívoco. Primeiro, porque muitos agem pela emoção, não por bondade, mas por não conseguirem impor suas vontades, ou seja, são vítimas de si mesmos. Além disso, nem sempre, as emoções são positivas: orgulho e vaidade são bons exemplos disso.
Um indivíduo quando é guiado pela emoção, perde o domínio sobre si, ficando vulnerável àquilo que sente. Com isso se deixa vencer pela preguiça, impulsividade, consumismo, muitas vezes, em detrimento daquilo que realmente é importante.
Viver à mercê da emoção não é um bom negócio, primeiro pela ausência de autonomia e segundo pela “corda bamba” que se estabelece na vida.
Mas a grande questão é: como mudar isso?
No campo da neurociência, é sabido que as decisões mais impulsivas são guiadas diretamente para uma região do cérebro chamada amígdala, enquanto as decisões mais racionais passam pelo hipotálamo até chegar ao neocórtex. Ou seja, o caminho da razão é mais extenso, por isso, mais complexo. Mas nem por isso estamos fadados a permanecer assim. É possível, à partir de treinos e atualizações de conceitos mentais, exercitar o caminho facilitando assim o raciocínio e as decisões mais racionais.
Imagine duas linhas na horizontais, sendo uma a “linha da emoção” e a outra da “razão”. Quanto mais próximas estas linhas estiverem mais seremos pessoas capazes de tomar decisões equilibradas. Ao contrário disso, quanto mais distantes elas estiverem, mais extremistas e menos equilibrados seremos. O desafio consiste em tentar unir essas duas linhas. A união definirá o nível da nossa Inteligência Intrapessoal.
Na teoria das inteligências, a Intrapessoal é considerada a mais rara delas. Expressa a capacidade de se autoconhecer, ter domínio das emoções, autocontrole, ponderações e capacidade de tornar as ações conscientes. Pessoas com essa inteligência desenvolvida são mais estáveis emocionalmente e têm maior comando da própria vida.
Fortalecer essa inteligência é possível, mas é importante ter em mente, que isso não ocorre milagrosamente ou pela força do pensamento positivo. É preciso evoluir através de experimentos progressivos e graduais, lutando com empenho para vencer a luta entre duas forças poderosas: a razão, que sabe que o trabalho é duro, e a emoção, que reage contra a decisão como um impulso involuntário. Nem todos estão dispostos.