Ficar com dúvidas frente a algumas opções de escolha é normal. Mas a coisa muda de figura quando você deseja algo completamente antagônico ao que você realmente quer.
João deseja namorar uma mulher expansiva, extrovertida e mais segura de si, porém quando ele está com alguém assim perde a admiração por ela, pois gostaria que a parceira fosse mais contida. O contrário também ocorre. Quando está com uma namorada tímida, introvertida e mais calada, não consegue gostar pois queria alguém com características opostas, as mesmas que fizeram ele desgostar da namorada anterior.
A ambivalência de desejo é assim, perturbadora. É caracterizada pela existência de sentimentos conflitantes em relação a uma pessoa ou situação e faz com que o indivíduo se sinta eternamente insatisfeito.
Alguns exemplos de ambivalência emocional e suas consequências:
- Sentir atração e repulsa simultâneas por uma mesma pessoa;
- Vontade de falar algo sobre e ao mesmo tempo uma preguiça, uma falta de vontade em se expressar
- Vontade de agir em prol de um objetivo e uma inércia, uma inação frente àquele desejo
- Dificuldade em conter os impulsos
- Deterioração das relações profissionais, sociais e familiares
- Dificuldade em tomar decisão
- Permanente conflito interno
A ambivalência emocional paralisa um indivíduo e faz com que ele não saiba qual caminho seguir. Com isso, a vida dele fica estagnada, mesmo havendo inúmeros planos a serem executados.
Muitas pessoas sentem isso, mas não sabem onde iniciaram esse círculo vicioso de ambivalência que fazem os indivíduos questionarem sua própria sanidade mental.
Fatores ambientais e genéticos podem contribuir para a existência desse quadro. É possível que em algum momento a pessoa tenha vivido situações nas quais houvesse experimentado emoções intensas e antagônicas, assim como a herança genética que interfere na maneira da resposta diante dos estímulos. Existem áreas dentro do córtex cerebral que estão associadas ao processamento emocional. Desta maneira, é possível que se ativem certas conexões neuronais com maior intensidade diante de determinadas situações.
Seja por um ou outro motivo, é importante o indivíduo ter em mente que é preciso autoconhecimento para lidar melhor com essa questão. Não devemos gastar energia na tentativa de extinguir o problema, mas sim para administrá-lo. Um bom começo pode ser fazendo uma escolha e bancando as consequências dela sem ficar dimensionando como seria se tivesse tomado o caminho contrário. Um treino diário e constante.